segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

A pedra no sapato

SPFC 1x1 Fluminense
30.nov.2008, 17h
Brasileirão 2008
Público: 66.888 pagantes


Agora a imprensa, que decantava o São Paulo campeão, procura o culpado: quem foi o responsável pelo empate-derrota, que levou a disputa do título para a última rodada? Muitos elementos podem ser citados: o oba-oba ao redor, a ansiedade do time com a iminência da glória, um potencial abalo causado pela morte de Marcelo Portugal Gouvêa, muito querido pelo elenco. Mas o responsável pelo episódio, na verdade, foi um só: o Fluminense.

Se a equipe carioca já não tinha mais o mesmo material humano do primeiro semestre, com as perdas de Gabriel e Thiago Neves, em compensação a consciência tática do time melhorou muito. René Simões conseguiu disciplinar a equipe, jogar com inteligência, pensando no resultado. E foi isso que o Flu fez contra o São Paulo, no Morumbi. Jogou despreocupado, com agulhadas perigosas no setor ofensivo, domínio no meio-campo e muita catimba na defesa.

Ouso dizer que, se o Fluminense soubesse no primeiro semestre fazer cera como fez ontem contra o São Paulo, teria sido campeão da Libertadores. René merece os parabéns por ter feito uma "lavagem cerebral do bem" na equipe, que agora parece jogar com a experiência que condiz a um vice-campeão da América. (Enquanto isso, no mundo encantado de Renato Gaúcho...)

Claro, os méritos do Flu não descartam as razões já citadas para o fracasso são-paulino. A equipe começou o jogo nervosa e só chegou a oferecer perigo quando abusou do pragmatismo: dá-lhe bola para a área. Borges quase marcou no primeiro tempo, em três ocasiões -- uma, com os pés, exigiu defesaça de Fernando Henrique; as outras duas, de cabeça, passaram raspando a trave.

Mas o Flu também trazia muito perigo, sobretudo com Washington. O homem joga demais contra o São Paulo. E só não marcou por conta de intervenções salvadoras de Rogério Ceni. E, quando não dava para ele, a trave estava lá -- como num lance em que Luiz Alberto quase marcou de cabeça.

Veio o segundo tempo, e com ele a esperança de que o time encaixasse. Não aconteceu. O Flu começou novamente melhor e, após mais um milagre de Rogério, a bola sobrou para Tartá empurrar para o gol. O pesadelo começava a se desenhar: 1 a 0 para eles.

O time veio para o ataque, mas era só coração: desorganização tática completa. Por sorte, Borges pegou um chute da entrada da área. Chutou errado, mas a bola morreu no fundo do gol. Empate, e mais 30 minutos de jogo pela frente.

O São Paulo passou a pressionar, mas ainda desorganizado. Muricy tirou Joílson, colocando Ricky. Depois tirou Dagol, para colocar André Lima. Mas o perigo continuava vindo só pelo alto, com os cruzamentos de Jorge Wagner. Num deles, após batida de falta, André Dias cabeceou e a bola beliscou a trave. E foi esse o lance mais perigoso da equipe na tentativa de virar.

O fim foi mesmo 1 a 1, mostrando por que o Fluminense, agora livre do rebaixamento, é a maior pedra no sapato do São Paulo em 2008.

Agora será que pelo menos o oba-oba vai desaparecer, para o jogo decisivo contra o Goiás? É o mínimo que podemos esperar...

Nenhum comentário: