Hoje a Folha de S.Paulo conseguiu detalhes do acordo do Curíntia com Ronaldo. O jogador deve faturar cerca de R$ 15 milhões por ano. De salário, terá R$ 400 mil, dos quais R$ 144 mil em carteira. Além disso, ganhará na venda dos patrocínios da camisa, nas mangas e nos calções -- até 80% do valor negociado (estimado em R$ 12 milhões) irá para Ronaldo.
Sem dúvida, uma solução criativa para o Curíntia ter o jogador e possivelmente uma estratégia viável para trazer outros craques ao futebol brasileiro. Mas será que esta conta fecha?
O Curíntia tinha um patrocínio de R$ 16,5 milhões por ano com a Medial. Como a empresa não sinalizou vontade de aumentar significativamente este valor, deve ficar fora da camisa em 2009. Já a Nike (que agora, por conta da vinda de Ronaldo, deve permanecer no clube pelo menos até o fim do ano) paga R$ 5 milhões (há rumores de que o valor será renegociado, mas a verdade é que o contrato atual tem vigência até o fim de 2009).
Ou seja, mantendo tudo na mesma e chutando alguns números, um Curíntia sem Ronaldo teria uma receita aproximada com uniforme em 2009 de:
R$ 20 milhões - patrocínio principal
R$ 6 milhões - mangas e calções
R$ 5 milhões - material esportivo
Total: R$ 31 milhões
E o Curíntia com Ronaldo?
R$ 25 milhões - patrocínio principal valorizado
R$ 2 milhões - mangas e calções (menos "custo Ronaldo")
R$ 5 milhões - material esportivo
Total: R$ 32 milhões
Ou seja, ao trazer o jogador, que ainda nada fez pelo clube, o Curíntia já saiu com uma perspectiva de ganhar mais dinheiro, mesmo dando porção significativa a Ronaldo.
Mas, claro, esta análise precisa levar também em conta o peso (sem trocadilho) que o Fenômeno tem na folha de pagamento do clube. Ela resulta em acréscimo de pouco mais de R$ 5 milhões, amortizados ao longo do ano.
Subtraindo do total arrecadado, sobram para o resto do time R$ 28 milhões.
Com relação ao Curíntia sem Ronaldo, temos uma redução na arrecadação de R$ 3 milhões. É possivelmente este o preço que o Curíntia está pagando pelo incrível retorno de mídia e pela internacionalização de sua marca que estamos vendo nos últimos dias. Mesmo considerando este valor, é um negócio da China.
Mas fica ainda melhor, e a palavra-chave é "royalties".
A experiência com Adriano no São Paulo mostrou que a venda de camisas praticamente "pagou" o salário do jogador. No caso de Ronaldo, não é certo que isso vá acontecer. Afinal, se ele tem mais potencial para vender camisas, seu salário também custa mais que o dobro do que o que o São Paulo pagou a Adriano e por um período duas vezes maior. Ainda assim, é bem possível que chegue lá.
Moral da história: o Curíntia tende a terminar com mais dinheiro do que tinha quando decidiu "gastar" no jogador.
Golpe de mestre.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
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Um comentário:
As receitas que Ronaldo vai gerar, por mais que ele receba um alto salário, serão bem maiores que as despesas.
Algo análogo ao "custo Rogério Ceni" para o São Paulo. O retorno, inclusive, nem vem apenas de forma financeira, mas em marketing, exposição midiática, royalties [como você falou!] etc.
Foi um excelente negócio para o Corinthians. Disso eu não duvido...
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