Agora sim, a última final

Goiás x SPFC
7.dez.2008, 17h
Brasileirão 2008
Beberrão (DF)

Chegou a hora. Último jogo do campeonato, partida decisiva para o São Paulo. Aos afeitos ao mata-mata, nada que desabone o confronto como uma legítima "final". O adversário é o Goiás, possivelmente turbinado por uma mala branca, mas certamente motivado pelo desejo de estragar a festa alheia.

Enquanto isso, o Grêmio enfrenta o Atlético Mineiro, que tem as mesmas motivações que a equipe goiana para tentar sabotar o potencial título da equipe gaúcha. Mas a responsabilidade está toda mesmo no estádio do Gama.

O São Paulo é o líder da competição, com três pontos de vantagem. Fosse o critério de desempate outro, que não o número de vitórias, o Tricolor do Morumbi já teria saído campeão do empate com o Fluminense. Mas no número de vitórias o Grêmio vence o torneio, porque o São Paulo empatou demais na competição. Ironicamente, um empate agora lhe basta para conquistar o título.

Não é um título qualquer. Será um inédito tricampeonato brasileiro. Ninguém até hoje conquistou por três vezes seguidas essa competição tão equilibrada. E, para o São Paulo, a vitória teria um gostinho especial: jamais conquistamos um tricampeonato, em qualquer campeonato que seja. A bola já bateu na trave várias vezes, no Paulistão e na Libertadores. Será que agora vai?

A equipe está convicta de que pode voltar do Distrito Federal campeã. E pode mesmo. Empatar com o Goiás não seria nenhum resultado sobrenatural. Mas isso não muda o fato de que a pressão está toda sobre os ombros do time comandado por Muricy Ramalho.

Nosso treinador terá um desafio: colocar quem no lugar de Jean, suspenso pelo terceiro amarelo? O escolhido foi Ricky, que até o meio do ano era titular da equipe.

Resta saber em que esquema -- se no 4-4-2, com Joílson, ou no 3-5-2, com Jancarlos. Eu aposto nas duas coisas: 3-5-2, com Joílson.

O time iria a campo com Rogério Ceni, Rodrigo, André Dias e Miranda; Joílson, Hernanes, Hugo, Jorge Wagner e Ricky; Dagoberto e Borges. Mas Muricy pode pensar diferente, como aliás gosta de fazer para tentar transformar o São Paulo numa equipe menos previsível.

Seja qual for a escalação, o time terá de jogar -- com inteligência -- para vencer. Não é porque joga pelo empate que pode se contentar com o empate. Não tanto pela vontade de conquistar o título com uma vitória, mas muito mais pelo risco que implica renunciar ao ataque para segurar um resultado. Muricy sabe muito bem disso e fará de tudo para o time jogar para frente. Resta saber se os jogadores assimilarão isso.

Agora, a sorte está lançada. De um lado, podemos ter um inédito tricampeonato. De outro, o maior fiasco dos pontos corridos, depois de uma recuperação espetacular.

O que vai ser? Saberemos no domingo.