segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O melhor jogo do Brasileirão

Porcaria 2x2 SPFC
19.out.2008, 16h
Brasileirão 2008
Pocilga Itália (SP)


Foi o melhor jogo até agora do Campeonato Brasileiro, desses ou de quaisquer outros times. E, embora tenha tido resultado justo, saiu com gosto amargo para os Tricolores. Pois não dá para achar bom sair vencendo de 2 a 0 e, em dois minutos, no fim do jogo, tomar o empate.

Antes de mais nada: podem chiar, podem botar pilha, mas a atuação do árbitro Sálvio Spínola foi excepcional. Porque, além de ter sido o melhor jogo do campeonato, foi também o mais difícil. Teve de tudo: faltas ríspidas, pressão extra-campo (sobretudo por parte do técnico da Porcaria), bola que quase entrou mas não entrou, pênalti, expulsão... e o homem acertou na absoluta maioria dos lances e conseguiu levar o jogo a termo sem maiores confusões.

O começo de jogo foi daqueles estudados, mas não por muito tempo. Logo aos 5 minutos, Jean recebe uma bola, corre para a área, corta o zagueiro e é derrubado. Pênalti indiscutível para o Tricolor. Rogério Ceni, que é chegado a marcar gols na Porcaria, faz 1 a 0.

Daquele lance se desenhou o resto da partida: o time de Vanderlei Acha-Que-É-Bom Luxemburgo tentava furar, por todos os meios, a defesa Tricolor, enquanto o São Paulo engatilhava seus contragolpes fulminantes. Dagoberto chegou a perder dois gols nessas condições, e a Porcaria também não deixou de perder os seus, com três defesas espetaculares de Rogério Ceni (se contarmos aquela que ele tirou com os olhos, numa cabeçada de Alex Mineiro que bateu no travessão, na linha do gol e saiu). Ao final da primeira etapa, Dagoberto tem nova chance e desta vez não perdoa, num chute consciente no canto esquerdo de Marcos: 2 a 0.

O jogo estava como o São Paulo queria, sobretudo no placar. Vanderlei Luxemburgo tentou mexer na equipe para reagir, e depois teve de consertar a própria cagada, ao deixar o time muito exposto. Na segunda etapa, a Porcaria vinha mais equilibrada e voltou a criar chances de gol -- mas menos que na primeira etapa. O São Paulo, por outro lado, continuava com contra-ataques poderosos, mas sem mira na conclusão. Em duas ocasiões, com Dagol e Éder Luis (que entrou no lugar do Hugo, apenas "OK" na partida) podia ter liquidado a fatura. Mas não liquidou. E, como diz Muricy, a bola pune.

Lá pelos 33 minutos do segundo tempo, Denílson (eita que esse cara enche o saco, hein?) leva Jean e cruza rente à linha do gol para Kléber empurrar para dentro. 2 a 1. Mal deu a saída, a Porcaria volta ao ataque a ganha uma falta na entrada da área, pelo setor esquerdo do ataque. Leandro bate, a bola desvia em Dagoberto, mata Rogério e morre no fundo do gol. 2 a 2.

Após o segundo gol, aliviada por não passar vexame e preservar a boa posição no campeonato, a Porcaria se retraiu. O São Paulo martelou, criou chances, dominou os minutos finais da partida e perdeu chance inacreditável com Hernanes, na cara de Marcos, após chute desviado de Dagoberto. Mas não marcou. E o jogo terminou empatado.

O gosto amargo de um empate, para o arquirrival, após vencer por 2 a 0, foi manifestado pelo capitão Ceni ao sair de campo. Mas nem tudo é tragédia.

A Lusinha, na fuga do rebaixamento, bateu o Grêmio, no Canindé, com 2 a 0. Em compensação, o Flamengo (mesmo sem jogar nada) venceu o Vasco por 1 a 0. O que resultou num equilíbrio absurdo entre os cinco primeiros colocados do campeonato. Grêmio ainda líder, com 56, Porcaria e Cruzeiro com 55, São Paulo com 53 e Flamengo com 52. Quatro pontos separam o líder do quinto colocado.

Ou seja, está tudo configurado para o desfecho mais disputado de um Brasileirão por pontos corridos. Com um adendo: Cruzeiro ainda enfrenta Flamengo e Grêmio; Grêmio ainda enfrenta Cruzeiro e Palmeiras; Flamengo enfrenta Palmeiras e Cruzeiro; e o Tricolor do Morumbi não tem mais nenhum jogo de seis pontos a fazer na sua caminhada até o fim do campeonato. Se isso é ótimo, bom ou indiferente, não sei. Mas que o São Paulo está vivíssimo na competição, isso está.

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