SPFC 2x1 Defensor
9.abr.2009, 19h15
Libertadores 2009
Público: +47 mil
A alegria proporcionada pelo gol da virada é indescrítivel -- mas é paga por antecipação com toda a agonia de tudo que veio antes dele. Esse foi o vibe de São Paulo e Defensor, jogo que selou classificação antecipadíssima para as oitavas.
O Tricolor foi a campo no 4-4-2, como esperado, mas não jogou bem. Os meias, Hernanes e Jorge Wagner, pouco abriam pelas pontas -- comportamento esperado deles para o funcionamento do esquema. O time parecia desligado, errando muitas saídas de bola -- até Rogério quase entregou o ouro, aos 2 minutos, numa saída rasteira totalmente equivocada. Ainda assim, o Tricolor foi quem mais chutes a gol deu, embora sem muito perigo. E a melhor jogada do São Paulo, como sempre, foi a tentativa pelo alto, para Borges e Washington.
Eis que, numa jogada despretensiosa do Defensor -- um levantamento-cruzamento, na direção do gol, à la Jorge Wagner, Rogério Ceni se atrapalhou com a bola e acabou indo pegá-la dentro da meta. O bandeira, esperto, validou o gol, e complicou de vez a situação do São Paulo. O jogo, que já estava bom para o Defensor, posto que inofensivo para os dois lados, passou a ter marcador favorável ao visitante.
Terminou o primeiro tempo, e na volta do intervalo o São Paulo veio mais disposto, com a garra de quem quer virar o marcador. A torcida também ajudou, apoiando o time o tempo todo. Washington fez grande jogada, ao tentar encobrir o goleiro num chute diagonal, mas a bola caprichosamente beliscou o travessão. Poucos minutos depois, num cruzamento, André Dias cabeceou no primeiro pau, literalmente: a bola acertou a trave, mas, de novo, não entrou.
A nova atitude do São Paulo, entretanto, estava se desenhando. Muricy manda a Dagoberto a campo, no lugar de Zé Luis, contundido. E o atacante fez o que era preciso para dar o último acerto no Tricolor: partiu para cima dos adversários. Todo mundo sabe que, num time retrancado, é preciso driblar para abrir a marcação. Mas o São Paulo passou 60 minutos tentando entrar num time retrancado só com toque de bola.
Com a entrada de Dagol, não só ele como os outros começaram a explorar o talento individual para abrir espaços na defesa. Ainda assim, foi com uma bola levantada na área, que pipocou até encontrar Borges, que bateu com precisão, no ângulo direito do goleiro. Explosão da torcida, e o 1 a 1. (Depois, vendo pela tevê, ficou claro que Borges estava em impedimento, mas era um lance dificílimo para o auxiliar.)
Menos de cinco minutos depois, uma bobeada da defesa do Defensor, e Borges, com um toque sutil, colocou no cantinho, confirmando a virada. Eram 29 do segundo tempo, e a torcida ia ao delírio.
Literalmente delírio. Tanto que, num sufoco desses, se arriscou a gritar "olé" logo em seguida ao segundo gol -- certamente o jogo não ensejava essa sensação de domínio que o "olé" costuma caracterizar.
De toda forma, o Tricolor conseguiu preservar o placar até o final e conquistou esses três pontos, fundamentais para a sequência do torneio.
Agora, depois de se acabarem em campo, os jogadores se preparam para uma semifinal de Paulistinha. Não é moleza, não.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
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Um comentário:
Borges estava realmente impedido e, mesmo com o tape, teve comentarista que mudou de opinião entre uma exibição e outra. Lance difícil.
Assim como estava impedido um atacante do Defensor que cabeceou sozinho na linha da pequena área e que o RC defendeu no 2º tempo.
Ou no próprio gol deles, apesar da falha grotesca de nosso grande goleiro, o atacante que o acossou também estava superimpedido.
Fora também mais um pênalti a nosso favor não assinalado, mas o lance é até discutível.
Só que ninguém se lembra de discutir lance que prejudica o time que ganha, né?
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