sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Morumbi-2014 custa R$ 135 milhões


A estimativa, projetada pelo São Paulo FC e endossada pelos governos estadual e municipal, está em documento obtido pelo jornal Folha de S.Paulo e mostra o quanto as críticas ao Morumbi eram muito mais lobby do que inadequação do estádio.

Não custa lembrar que o projeto são-paulino não envolve dinheiro público, diferentemente do destinado ao Maracanã, que envolverá parceria público-privada e está orçado provisoriamente em R$ 400 milhões -- mais que o dobro do custo de reforma do Morumbi.

O Tricolor também apresenta, no documento, três dos parceiros privados na empreitada de 2014. A Visa é a mais visível, ao assumir a responsabilidade de adequar certos setores do estádio ao padrão Fifa. Outras duas apontadas pelo Tricolor são a TV Globo e a Camargo Correa. A primeira investiria no setor para caminhões de transmissão, e a segunda no edifício-garagem a ser anexado ao Morumbi.

A diretoria são-paulina trabalha para obter novos parceiros, a fim de tocar o projeto até o fim e incluir nele a sonhada cobertura do anel superior.

E a ironia é que agora o governo paulista apresenta o estádio são-paulino como grande trunfo, em vez de entrave, por reduzir drasticamente o custo de erguer uma arena a mais na capital -- projeto estimado em mais de R$ 300 milhões, inviável no momento atual, de crise e crédito escasso.

Parabéns ao São Paulo FC, por vencer mais esta batalha, contra tantos interesses espúrios, que reuniram rivais invejosos, federações de futebol e empresas num complô para nos derrubar. Contra tudo e contra todos, mais uma vez, triunfamos.

9 comentários:

Mário Júnior disse...

Olha, sem purismos, isso de "dinheiro público não entra no São Paulo" não cola.

Ano passado - por exemplo - o São Paulo se beneficiou da Lei de Incentivo ao Esporte para injetar cerca de R$14 milhões em seus cofres. Assim como, em 2007, também se beneficiou da escrota Timemania para quitar suas dívidas com a União. E ninguém - fora os jornalistas da ESPN Brasil - reclamou disso. Do mesmo jeito que muito pouco foi falado na imprensa sobre a grana (triplicada do orçamento inicial) do Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro.

Até 2014 vai haver muita "farra" nessa Copa do Mundo. E o São Paulo não ficará - se depender da atual diretoria - de fora disso. Se nossa diretoria fosse lícita e ética, por exemplo, não estaria apoiando cegamente o Ricardo Teixeira. Mas como está, é igual a ele. Não merece confiança.

E é bom lembrar que na própria construção do Morumbi a maior parte do terreno foi doada pelo poder público (não recordo se prefeitura ou governo estadual).

No mais, a foto está muito bonita e a modernização do Estádio é interessante para que ele dure por mais anos como uma arena de futebol utilizável, dando conforto e segurança aos torcedores que pagam para assistir os jogos realizados neles, portanto são - também - consumidores e merecem o tratamento adequado.

Sobre a Copa do Mundo, acho indiferente o Morumbi sediar ou não os jogos. Não torcerei na Copa por estádios, mas sim pela Seleção Brasileira.

O importante, aos meus olhos, é apenas a sua reforma (pois se não acontecer, dentro de poucas décadas o Morumbi - com a estrutura que possui - se torna digno de implosão), e isso deveria ter sido pensado pela diretoria com ou sem o advento da Copa de 2014, afinal quando o estádio foi construído não se foi pensando numa Copa do Mundo, mas sim nos jogos do São Paulo Futebol clube.

Só espero, contudo, que esse orçamento de R$135 milhões - que me parece baixo para o que está sendo prometido - não seja motivo de desculpa das diretorias (dessa e da próxima) para um possível time ruim nos próximos anos...

Entre ser um clube grande, conquistando títulos e apresentando um bom futebol; e ter um estádio moderno e bonito; fico com a primeira opção.

O Milan não tem estádio próprio. A Internazionale também não. Em contrapartida, o clube brasileiro que possui - hoje - o melhor estádio é o Atlético Paranaense.

Ter estádio não é sinônimo de grandeza, é um "plus!" que a equipe tem. E que bom que o São Paulo tem! Mas o estádio é um "meio" para que o time atinja as suas finalidades, e não um fim em si mesmo.

Salvador Nogueira disse...

Mário,

para usar eufemismo, acho suas avaliações equivocadas e, por vezes, sem fundamento.

A maior parte do terreno do Morumbi foi doada pela Imobiliária Aricanduva, uma entidade privada. Uma parte pequena foi comprada pelo SPFC. Há quem aponte que a Imobiliária Aricanduva pertencia ao então governador de SP Adhemar de Barros, e por isso o dinheiro público teria, sim, sido transferido ao SPFC. Como argumento de torcedor rival, vá lá. Como acusação séria, não se sustenta. A não ser que fique provado que havia um esquema para dar ao SPFC recursos públicos, usando como ponte a empresa de Adhemar, e que o próprio SPFC soubesse disso, o que resta é inveja de corintiano e palmeirense.

O Milan, como você bem cita, não tem estádio. Agora, vá ver as finanças do time rossonero e veja se o clube é bem administrado... não ter estádio é um déficit, sim, até mesmo para o Milan. E lá o complexo é tão grande por não ter estádio próprio que o mesmo prédio é o San Siro para os torcedores do Milan e o Giuseppe Meazza para os torcedores da Inter. Sem falar que o dono do Milan é também (só!) o primeiro-ministro da Itália e dono da maior cadeia de comunicação do país! Pior exemplo para contrastar com o São Paulo, impossível.

Finalmente, não se importar com a Copa no Morumbi é não se importar com o SPFC. Porque a viabilidade do estádio como negócio, antes, durante e depois da Copa, depende da ausência de grandes concorrentes à altura. A Copa na cidade de São Paulo é uma realidade. Se não for no Morumbi, terá de ser em outro estádio -- provavelmente a ser erguido.

E aí, após 2014, teremos um estádio tão bom ou melhor que o Morumba para disputar as atenções (para não dizer a grana) nas grandes disputas esportivas e nos grandes shows de música. (Vá ver quanto o SPFC faturou com o Show da Madonna, e imagine se o tal show fosse parar num estádio do Curíntia, por exemplo, para ver como a Copa 2014 no Morumbi tem relação total com a saúde financeira do clube.)

Last but not least, o SPFC tem agido com transparência e apresentado seus parceiros para as obras. Se a Visa está pagando, a Globo está pagando, a Camargo Correa está pagando, o governo não está. (Aliás, os governos municipal e estadual confirmam, no mesmo documento obtido pela Folha, que não colocarão um tostão nas obras.)

Quanto às suas críticas à Lei de Incentivo ao Desporto e à Timemania, não vejo tampouco fundamento algum. A primeira permite que EMPRESAS paguem obras de cunho SOCIAL, com isenção correspondente no imposto. Mas são as empresas que pagam, e o projeto tem de se adequar ao viés social. Basta ver quantos garotos o SPFC alimenta e dá estudo em Cotia para constatar o dito viés, e o bom uso dos recursos, que, em última análise, não vêm do governo, mas de isenções tributárias. (Ninguém diz que é um escândalo quando o governo concede isenções tributárias para aumentar a atividade econômica, como Lula fez recentemente com a mudança das alíquotas do IRPF.)

Sobre a Timemania, fica ainda mais claro que o dinheiro não é público. A loteria -- como todas no Brasil -- é gerida pela Caixa (empresa pública), mas o dinheiro dela proveniente vem do bolso dos apostadores. E esses estão apostando na Timemania justamente para ajudar seus clubes. Nada de errado aí também.

Enfim, achei que você falou bastante bobagem, mas tenho sincera curiosidade de saber o que você pensa depois de ler minhas ponderações. Mudou de opinião, ou segue tudo na mesma? :-)

Abraços,
Salvador

Paulo Cesar Ceglia disse...

Opa, a título de curiosidade... o Governador Adhemar de Barros era corinthiano.

Abs,

Paulo

Paulo Cesar Ceglia disse...

Opa, a título de curiosidade... o Governador Adhemar de Barros era corinthiano.

Abs,

Paulo

Anônimo disse...

Caro blogueiro e seus leitores, “Qual o melhor blog são-paulino?” Acessem http://linksdosaopaulo.blogspot.com , votem nessa enquete e conheçam um site diferente sobre o São Paulo, criado com o objetivo de ajudar o torcedor a encontrar qualquer informação sobre seu time.

Mário Júnior disse...

Sobre o terreno do Morumbi, de fato eu devo estar equivocado (sem eufemismo, pois não afirmei nada de má-fé). O que eu sabia/sei sobre a doação foi por leitura precária de um texto ou outro que encontrei na internet, sem maiores pretensões de busca de informação. Mas se a doação foi feita por uma empresa privada (se bem que é estranho que uma empresa doe parte de seu patrimônio sem obter nenhum benefício), apenas com uma intermediação do Governador, então não há maiores questões quanto a isso – ao menos até que se prove qualquer coisa, como você coloca.

De todo caso, o blog do Paulinho, que de vez em quando levanta coisas com fundamento, colocou uma questão de irregularidade do acordo de doação (não sei o valor legal disso) por parte do São Paulo: http://blogdopaulinho.wordpress.com/2008/08/20/morumbi-cidadania-acusa-sao-paulo-de-irregularidade-no-terreno-do-morumbi

Mas, para finalizar esse ponto sobre o São Paulo não ter se beneficiado para conseguir o terreno do Morumbi, estou de acordo com sua afirmação e desfaço-me da minha.

Sobre a viabilidade do estádio se ligar ao fato de o mesmo “não possuir concorrentes à altura”, acho o seu argumento uma calhordice. Ele se baseia no fato do São Paulo ser o único grande clube com direito a possuir uma arena multiuso, num possível monopólio comercial. Coisa que já não acontecerá, pois o Palmeiras começará ainda nesse ano a construção de um novo Palestra Itália, moderno como o Morumbi de 2014, apenas menor em tamanho.

O São Paulo ser grande não implica – e nem deve implicar – em uma forma de cessar o crescimento dos demais clubes. Isso me parece uma forma de inveja de que o outro possua, também, um patrimônio valorável e digno de dar conforto aos seus torcedores (que em nada são diferentes dos torcedores do nosso clube). Oras, qual o problema disso? Qual o problema de ter rivais tão bons quanto nós em estrutura? Permitir e querer isso é desejar o bem não apenas do São Paulo Futebol Clube, mas do desenvolvimento do futebol brasileiro como um todo.

Para se ser bem administrado e conseguir lucratividade não é necessário um monopólio ou a formação de cartéis. São Paulo é uma cidade grande e tem condições – e necessidade – de ter mais de uma arena sim. Se for olhar pela sua argumentação, o Engenhão não deveria ser construído para não inviabilizar financeiramente o Maracanã.

Portanto, continuo com o mesmo ponto de vista sobre a Copa do Mundo. Vou torcer pela Seleção Brasileira e não pelos estádios que serão escolhidos; desejo apenas que as escolhas sejam feitas visando o maior conforto do público, não politicagens para benefício de clube A, B ou C. Se o Morumbi for escolhido por representar essa positividade melhor do que qualquer outro estádio da cidade de São Paulo (o melhor recebimento ao público em todos os sentidos: facilidade para venda de ingressos e acesso; lotação adequada; assentos confortáveis em todos os lugares; banheiros devidamente equipados e higienizados etc), ótimo, não tenho motivo para achar isso ruim. Se houver outro estádio melhor que o Morumbi nesses requisitos na época da Copa na cidade, não vejo motivo para ser ele o escolhido.

Sobre a Lei do Incentivo ao Esporte e a Timemania, não existe – de fato – nenhuma ilegalidade. Mas a legalidade não é o único princípio da administração pública. Existem, também, os princípios da publicidade, eficiência, impessoalidade, motivação, finalidade e moralidade.

E o princípio da moralidade é insofismável sobre o ponto de que nem tudo que é legal também é moral. E que a probidade administrativa pública não pode se balizar apenas pelo legal, mas também pelo moral (e demais princípios).

Oras, é ótimo ver empresas (e os clubes são empresas) pregando a responsabilidade social e atuando de maneira ativa nessa área, em troca de isenção fiscal (já que estão tomando para si uma tarefa que pertence ao Estado Democrático de Direito). Mas a Lei do Incentivo ao Esporte, quando aprovada, inclusive nos discursos de quem a aprovou, veio para “democratizar o esporte no Brasil” e para ajudar a desenvolver os clubes que não podiam/tinham condições de se desenvolver (Juca Kfouri falou isso no blog dele – ver postagem de 23/09/2008 – e em um Linha de Passe), não para centralizar ainda mais o monopólio dos clubes, acentuando a divisão já vista entre grandes e pequenos.

Há uma imoralidade nessas cessões financeiras ao São Paulo, Atlético Mineiro e Santos sim! Se alguma Ação Popular (art. 5º, LXXIII, da CF) ou Ação Civil Pública (Lei nº 7347/85, art. 1º) forem impetradas, inclusive, a suposta legalidade dessas “doações” cai por terra.

Copiando os argumentos do Juca Kfouri e do José Cruz (Correio Braziliense), que são muito bons nesse caso (já que eu apenas faria paráfrase dos mesmos):

“Depois do São Paulo Futebol Clube, que garantiu R$ 17 milhões, e do Atlético Mineiro, outros R$ 11 milhões, agora é a vez do Santos captar R$ 4,1 milhões da Lei de Incentivo ao Esporte.

A grana será aplicada em ‘esporte de rendimento’, conforme o processo 3.575/2007-48, disfarçado no projeto ‘Meninos da Vila’.

Ou seja, o Santos, usará o dinheiro para financiar a sua escolinha, formar jogadores e colocá-los no rentável mercado do futebol. Tudo pelo ‘social’...

Esse é mais um escandaloso caso de dinheiro público financiando atividade profissional de fins lucrativos.

Diante disso, o melhor negócio no Brasil atualmente é abrir um clube de futebol, disfarçado de escolinha, para pegar dinheiro no abarrotado cofre do governo.”
José Cruz

“A Lei do Incentivo ao Esporte, que deveria ser para os que têm menos, acaba irrigando o futebol.

Pode-se até discutir se o futebol, pelo que significa, tem os mesmos direitos ou não, mas, certamente, para tê-los, deveria mudar seu modelo de gestão.

Porque como dinheiro não é carimbado e estamos no Brasil, país cujo Tribunal de Contas da União até hoje não apresentou o relatório final sobre o Pan-2007, é óbvio que essa dinheirama acabará pagando salário de técnico de futebol, aí pela casa dos R$ 500 mil mensais.”
Juca Kfouri

Pois bem, ao menos dessa vez, se for bobagem ou equívoco, não fui apenas eu quem falou.

Sobre a Timemania, a mesma imoralidade acontece. Oras, seguindo o princípio da impessoalidade, duas entidades privadas mantêm relações orgânicas com o governo (ambas pagam impostos e usufruem das benfeitorias que o país proporciona). Uma destas empresas paga todas as contas em dia, cumpre com seus compromissos corretamente. A outra não paga suas contas, acumula dívidas e onera os cofres da União, ou seja, deixa de contribuir com dinheiro que o Estado deveria usar para prover saúde, segurança, educação, moradia, alimentação, emprego etc.

Como, em sã consciência, pensar que a criação de uma loteria para pagar as dívidas do endividado é algo moral? E a empresa que cumpre com suas obrigações e é renegada, não recebe benefícios tão bondosos, como fica?

Os clubes se endividaram e os maus gestores é quem devem pagar a conta (e com cadeia, se for provado algo contra os mesmos), não a sociedade brasileira, através de apostadores, os quais NÃO ESTÃO SENDO INFORMADOS – quebra do princípio da publicidade – que são eles quem irão pagar pela improbidade administrativa de seus cartolas dentro dos clubes (se estão, onde está o documento ou publicidade da Caixa que fala disso? A propaganda com o Pelé fala apenas em “ajude o seu time”, é – portanto – um charlatanismo incompleto de sentido: ajude o seu time como e por quê?).

Por isso, nesse ponto, continuo em discordância. É algo legal, mas não é moral.

Você mesmo coloca que o Morumbi não terá dinheiro público, diferente do Maracanã. Mas o Maracanã é público, diferente do Morumbi. E, de igual modo, seguindo sua argumentação no comentário, não existe NADA de ilegal nisso; se houver algo errado se dá no quesito da moralidade, já que recursos que poderiam ser empregados em necessidades básicas que a população carioca precisa suprir com maiores urgências estão sendo utilizados para provimentos de lazer, uma necessidade secundária em detrimentos à saúde, educação e segurança. O mesmo se aplica a construção do Engenhão e arrendamento do mesmo ao Botafogo. E por aí vai...

A reflexão sobre o Milan, a meu ver, é desnecessária. E esse comentário já está demasiado longo.

Já que você queria saber o que eu pensava depois de tê-lo lido, aí está o que penso. A resposta veio só agora, duas horas depois, por conta do jogo da Copinha, onde perdemos por 2x1. Eu estava vendo. Vou escrever pra postar sobre isso lá no blog agora.

Abraços!

Salvador Nogueira disse...

Mário,

se você já estava de mal humor, eu agora, depois do jogo da Copinha, é que estou nesse estado.

Tentando ser breve...

Morumbi - Pegue uma foto da época da construção do estádio. O que hoje é um bairro nobre, na época era um descampado. Não tinha nem eletricidade ou esgoto canalizado. Em suma, o terreno lá, na época, valia muito pouco. Já o valor que seria agregado nos arredores com a construção do estádio nós vimos qual foi. Eu, se fosse uma imobiliária dona de vários terrenos na região, seria totalmente a favor de ceder uma parte para que alguém gaste o dinheiro para desenvolver a região. Aí todos os meus outros terrenos valorizariam, como de fato se valorizaram. Aposto que a imobiliária fez dinheiro ao dar o terreno ao SPFC. Não tem mistério.

Lei de Incentivo -- os grandes clubes só estão alavancando esses projetos porque há EMPRESAS dispostas a participar deles. Qualquer bom projeto conseguiria ser enquadrado na lei, como de fato o são. Mas essa é a parte fácil (e a que depende do governo). A parte difícil é que alguma empresa banque o projeto. Os clubes são notórios captadores de recursos, dada a capacidade que têm de devolver o investimento na forma de publicidade. Projetos sem visibilidade não ofertam essa vantagem, daí a dificuldade de financiá-los. Mas note que não é a parte da lei é que está errada; o que está errado é o critério usado pelas empresas para selecionar os projetos a serem financiados.

Falta um trabalho (de uma ONG, quiçá) na criação e venda de projetos não-ligados a clubes para as empresas, de forma que esses negócios decolem. Do jeito que colocam, parece que SPFC, Atlético e Santos estão tomando, por um buraco na lei, dinheiro que deveria ir para outros projetos. Não é verdade. Qualquer projeto com mérito será enquadrado na lei sem grande dificuldade; o difícil é achar quem banque -- porque, de novo, não é o governo quem paga diretamente, ele só isenta de imposto que for pagar, mas não põe a mão no bolso. E, convenhamos, os clubes não têm nada com isso. A lei é boa, e os clubes estão fazendo o que lhes cabe. Faltam as empresas e outros projetos usarem o mesmo recurso.

Timemania -- Eu seria totalmente a favor de criarem uma loteria para pagar as dívidas que o Paulinho, o tal do jornalismo "com credibilidade", tem por aí e que vira e mexe são apontadas por seus inimigos. E aí seria problema do Paulinho encontrar apostadores para ela. Eu já antecipo que não iria apostar.

O dinheiro vem dos apostadores, e tem como destino o clube que eles querem mais ajudar (até porque há mecanismo para o apostador indicar o clube do coração). Qual é o problema? Não passa da iniciativa de vender uma rifa imensa para pagar uma conta -- do mesmo jeito que você faria se tivesse uma dívida e precisasse vender sua televisão, por exemplo.

A coisa só passa, e de raspão, pelo poder público porque no Brasil o monopólio sobre o jogo é do governo. Se não fosse assim, a loteria poderia existir do mesmo jeito, só que organizada por uma entidade privada (Clube dos 13, quiçá?).

Portanto, repito: não vejo problema algum com esta iniciativa também. (Aliás, o único problema que vejo é que a renda da Timemania está bem abaixo das expectativas e, se as regras forem mantidas, vai ter muito clube quebrando para pagar as dívidas confessadas para o governo... e lá se vai nosso desejo de melhorar o futebol brasileiro!)

SPFC x futebol brasileiro - Se dependesse de mim, Mário, o SPFC seria o único clube organizado e competente; o único com patrimônio; e ganharia todos os títulos que disputasse.

Ou você torceu contra o tricampeonato porque o SPFC ganhar três vezes seguidas não seria bom para esta entidade chamada "futebol brasileiro"?

Eu nunca vi jogo deste time -- Futebol Brasileiro. Eu torço para o SPFC, e o esporte é competitivo. Eu quero ter vários monopólios para nosso clube. Cito, entre outros, o do profissionalismo, o do patrimônio e o dos títulos. Se o SPFC for campeão todo ano, pra mim tá ótimo.

É legal ser idealista e pensar no "bem do futebol". Mas aí eu me veria fazendo jornalismo imparcial. E não pode ser este o objetivo de um blog chamado Imprensa São-Paulina, certo? ;-)

Abraços,
Salvador

Salvador Nogueira disse...

Mário,

se você já estava de mal humor, eu agora, depois do jogo da Copinha, é que estou nesse estado.

Tentando ser breve...

Morumbi - Pegue uma foto da época da construção do estádio. O que hoje é um bairro nobre, na época era um descampado. Não tinha nem eletricidade ou esgoto canalizado. Em suma, o terreno lá, na época, valia muito pouco. Já o valor que seria agregado nos arredores com a construção do estádio nós vimos qual foi. Eu, se fosse uma imobiliária dona de vários terrenos na região, seria totalmente a favor de ceder uma parte para que alguém gaste o dinheiro para desenvolver a região. Aí todos os meus outros terrenos valorizariam, como de fato se valorizaram. Aposto que a imobiliária fez dinheiro ao dar o terreno ao SPFC. Não tem mistério.

Lei de Incentivo -- os grandes clubes só estão alavancando esses projetos porque há EMPRESAS dispostas a participar deles. Qualquer bom projeto conseguiria ser enquadrado na lei, como de fato o são. Mas essa é a parte fácil (e a que depende do governo). A parte difícil é que alguma empresa banque o projeto. Os clubes são notórios captadores de recursos, dada a capacidade que têm de devolver o investimento na forma de publicidade. Projetos sem visibilidade não ofertam essa vantagem, daí a dificuldade de financiá-los. Mas note que não é a parte da lei é que está errada; o que está errado é o critério usado pelas empresas para selecionar os projetos a serem financiados.

Falta um trabalho (de uma ONG, quiçá) na criação e venda de projetos não-ligados a clubes para as empresas, de forma que esses negócios decolem. Do jeito que colocam, parece que SPFC, Atlético e Santos estão tomando, por um buraco na lei, dinheiro que deveria ir para outros projetos. Não é verdade. Qualquer projeto com mérito será enquadrado na lei sem grande dificuldade; o difícil é achar quem banque -- porque, de novo, não é o governo quem paga diretamente, ele só isenta de imposto que for pagar, mas não põe a mão no bolso. E, convenhamos, os clubes não têm nada com isso. A lei é boa, e os clubes estão fazendo o que lhes cabe. Faltam as empresas e outros projetos usarem o mesmo recurso.

Timemania -- Eu seria totalmente a favor de criarem uma loteria para pagar as dívidas que o Paulinho, o tal do jornalismo "com credibilidade", tem por aí e que vira e mexe são apontadas por seus inimigos. E aí seria problema do Paulinho encontrar apostadores para ela. Eu já antecipo que não iria apostar.

O dinheiro vem dos apostadores, e tem como destino o clube que eles querem mais ajudar (até porque há mecanismo para o apostador indicar o clube do coração). Qual é o problema? Não passa da iniciativa de vender uma rifa imensa para pagar uma conta -- do mesmo jeito que você faria se tivesse uma dívida e precisasse vender sua televisão, por exemplo.

A coisa só passa, e de raspão, pelo poder público porque no Brasil o monopólio sobre o jogo é do governo. Se não fosse assim, a loteria poderia existir do mesmo jeito, só que organizada por uma entidade privada (Clube dos 13, quiçá?).

Portanto, repito: não vejo problema algum com esta iniciativa também. (Aliás, o único problema que vejo é que a renda da Timemania está bem abaixo das expectativas e, se as regras forem mantidas, vai ter muito clube quebrando para pagar as dívidas confessadas para o governo... e lá se vai nosso desejo de melhorar o futebol brasileiro!)

SPFC x futebol brasileiro - Se dependesse de mim, Mário, o SPFC seria o único clube organizado e competente; o único com patrimônio; e ganharia todos os títulos que disputasse.

Ou você torceu contra o tricampeonato porque o SPFC ganhar três vezes seguidas não seria bom para esta entidade chamada "futebol brasileiro"?

Eu nunca vi jogo deste time -- Futebol Brasileiro. Eu torço para o SPFC, e o esporte é competitivo. Eu quero ter vários monopólios para nosso clube. Cito, entre outros, o do profissionalismo, o do patrimônio e o dos títulos. Se o SPFC for campeão todo ano, pra mim tá ótimo.

É legal ser idealista e pensar no "bem do futebol". Mas aí eu me veria fazendo jornalismo imparcial. E não pode ser este o objetivo de um blog chamado Imprensa São-Paulina, certo? ;-)

Abraços,
Salvador

Mário Júnior disse...

Salvador, na boa, os argumentos se esgotaram e cada um ficou com sua opinião, pois nada de novo foi acrescentado. Você apenas sofisticou o que já havia sustentado, sem maiores reflexões.

Senti alguma distorção quanto ao que eu disse numa coisa ou outra, mas deixa pra lá.

Nossos pontos de vista são diferentes e não há mal nenhum nisso. O que existe aqui é uma polêmica, não uma briga. Ao menos, é assim que vejo.

Então não precisa fazer julgamento de que eu esteja de "mal humor", "sentado sobre cactos" ou "ranzinza". Não estou mal humorado (mesmo com a eliminação na Copinha!), você me interpretou muito mal.

Mas bem... até os próximos comentários!