sexta-feira, 23 de maio de 2008

Nunca um adeus; no máximo, até breve

Fluminense 3x1 SPFC
21.mai.2008, 21h50
Libertadores 2008
Maracanã (RJ)


Muricy foi corajoso e escalou o time que havia feito um partidaço contra o mesmo Flu, no Morumbi. Jorge Wagner, já recuperado fisicamente, ficou no banco. A equipe entrou com Rogério Ceni, Jancarlos, Miranda, Alex Silva e Ricky; Zé Luís, Fábio Santos, Hernanes e Hugo; Dagoberto e Adriano. Parecia garantia de uma equipe aguerrida, capaz de segurar as investidas do Fluminense. Mas uma falha gravíssima de posicionamento derrubou as pretensões são-paulinas. Por razões que a própria razão desconhece, Jancarlos não cumpriu as funções de lateral do esquema 4-4-2: pouco marcava e jogava avançado, sem dar proteção à defesa. E foi pela Avenida Jancarlos que surgiram as primeiras oportunidades do Flu. Até o gol de Washington, numa bobeada geral da defesa, aos 12 minutos.

A partir daí, o São Paulo reorganizou seu posicionamento. Zé Luís veio para a defesa, numa composição em 3-5-2, para suprir a inoperância defensiva de Jancarlos -- chance para que ele demonstrasse também sua inoperância ofensiva na partida. O Flu voltou a ter chances, mas não aproveitou. Com o intervalo de jogo, Muricy teve chance de arrumar a equipe.

Jancarlos saiu (já foi tarde!) e deu lugar a Joílson (Deus nos acuda!). E aí teve início a blitz são-paulina. Numa grande sintonia entre a torcida e o time, o Tricolor do Morumbi acuou o Fluminense e não deixou a equipe carioca jogar. Roubando bolas e partindo vorazmente para o ataque, lembrou o time que fez o primeiro jogo. Aloísio entrou no lugar de Dagoberto e aumentou o poderio ofensivo do São Paulo. E foi numa grande jogada dele que surgiu o cruzamento para Adriano (sempre ele!) empurrar de cabeça para o fundo do gol.

Delírio da torcida são-paulina no Maraca. Com o 1 a 1, ficava muito difícil para a equipe carioca, que passava a precisar de dois gols em 20 minutos. E aí começa a pane. Num gol de Winning Eleven, o Fluminense volta ao jogo. Dá a saída, parte para a frente, até Dodô (que entrou no começo do segundo tempo) chutar mascado e acertar a bola entre as pernas de Rogério Ceni. O placar de 2 a 1 ainda é do São Paulo, mas o Flu tem as esperanças renovadas e precisa marcar apenas mais uma vez.

Aos 39 minutos, numa virada de jogo à la Cerezo de 1982, Joílson é obrigado a fazer uma falta para cartão amarelo. Como já tinha, levou o segundo. O São Paulo fica com dez e o jogo ganha ainda mais dramaticidade. Joílson, inexplicavelmente, sai de campo correndo, como se seu time estivesse com pressa (alguém, por favor, explica para ele como funciona o esquema de "gol fora de casa"??). Muricy não estava, e colocou Jorge Wagner no lugar de Hugo.

Vêm os 45 minutos. Pressão total do Fluminense. A bola bate na defesa e volta. Contra-ataque do São Paulo. Adriano domina no meio-campo. Parte. Poderia rumar para a bandeira de escanteio, cadenciar, chutar para o mato. Mas não. Ele quer o gol. Ele quer o gol aos 45 minutos do segundo tempo, com um resultado que já está favorável ao São Paulo. Tenta o drible em velocidade. A zaga corta e liga o ataque. Ganha um escanteio. Aos 46 minutos. Cruzamento. Washington sobe mais que os zagueiros e mete no ângulo. Gol do Fluminense. Acabou.

E assim termina a jornada do São Paulo na Libertadores 2008. É impossível, para quem viu o jogo, não ficar com vários "e se...?" na cabeça. E se o Rogério não tivesse falhado? E se o Joílson não fosse expulso? E se ele tivesse caminhado para fora, em vez de correr, ganhando os poucos segundos que fariam diferença no fim? E se Adriano tivesse prendido a bola em vez de querer marcar mais um e pôr tudo a perder?

Como sabem todos os fãs de futebol, "se" não ganha jogo. E é por isso que o Fluminense está nas semifinais. Parabéns para eles. Fica, de nossa parte, o lamento, porque poderíamos ter passado. Até os 45 do segundo tempo, estávamos passando. Mas não passamos. Isso é futebol. Ano que vem tem mais.

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