
Mas um torcedor ilustre do São Paulo acaba de trazer à tona um nome há muito esquecido. Dr. Catta-Preta escreveu mais um crônica sensacional, publicada no Blog do Marcello Lima (o texto, imperdível, você encontra aqui), e para ele o maior jogador da história do São Paulo FC é ninguém menos que Leônidas da Silva.
O argumento em defesa do Diamante Negro, como era conhecido Leônidas, é fortíssimo. Catta-Preta aponta que o São Paulo FC era um clube recém-fundado, caminhando aos trancos e barrancos, sem projeção de grandeza nas quatro linhas, diante de adversários temidos e tradicionais, como o antigo Palestra Itália (atual Porcaria) e o Curíntia. Em 1942, Leônidas veio para o futebol paulista por uma pequena fortuna, e muitos diziam que estava em fim de carreira. Mas foi sob sua batuta que surgiu, não mais que de repente, o "rolo compressor" Tricolor, que faturou os paulistas de 43, 45, 46, 48 e 49. Moral da história: é graças a Leônidas que o São Paulo adquiriu o respeito dos rivais e passou a ser visto como um time grande, futuramente destinado a suplantar em grandeza todos os demais. É onde começa a história vitoriosa do São Paulo, e nada do que veio depois, argumenta Catta-Preta, pode ser mais importante que isso.
Com seu texto fluente e rico, o Catta quase me convenceu. Mas temo que essa seja, na verdade, uma discussão cuja principal característica é ser interminável. Primeiro porque a primazia pode ter sua relevância, mas qual das primazias é mais importante? Leônidas trouxe o Tricolor para o mesmo patamar de Porcaria e Curíntia. Raí levou o São Paulo a igualar os feitos do Santos de Pelé. Rogério Ceni bateu todos os recordes, se tornou o maior goleiro-artilheiro do mundo, conseguiu conquistar o terceiro mundial do Tricolor e conduziu o São Paulo a um inédito tricampeonato (coisa que ninguém antes no São Paulo tinha feito), desta vez em escala nacional (coisa que ninguém de nenhum lugar tinha feito). Qual desses é mais importante?
Difícil dizer.
De toda forma, ler os textos do Catta-Preta me traz velhas lembranças. Talvez ele não se lembre, mas já estive com ele em uma ou duas ocasiões, muitos anos atrás -- jogando botão, na casa de um amigo em comum. Lá, embora sem muito sucesso no campeonato (que contou com presenças ilustres, como a do narrador e aspirante a botonista José Silvério), entrei em campo (ou em mesa, sei lá como se diz) com o que, para mim, na época, era o meu "São Paulo de todos os tempos".
A escalação do meu time de botão: Zetti, Cafu, Bellini, Dario Pereyra e Leonardo; Falcão, Gérson e Raí; Müller, Leônidas e Serginho. No banco, se eu precisasse, ainda tinha o zagueirão Oscar e o centroavante Careca.
A única ausência sentida, 15 anos depois, é Rogério Ceni. E fica uma menção honrosa para Roberto Dias. Mas fico feliz de, naquela ocasião, ter escalado Leônidas.
De toda forma, a sensação que fica é que talvez, para um clube da grandeza do São Paulo, seja impossível eleger o maior jogador de todos os tempos. A tarefa fica mais fácil (mas ainda assim bem difícil) se escalarmos, de cara, um "onze".
E aí, qual seria o seu all-star São Paulo de todos os tempos?
Um comentário:
All-Star... escalar isso é sempre divertido. Vamos lá.
No 4-4-2: Rogério Ceni; Cafu, Rui, Mauro Ramos, Noronha; Bauer, Gerson, Zizinho, Raí; Leônidas e Canhoteiro.
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