domingo, 1 de junho de 2008

Por que o Muricy não deveria sair

Santos 0x0 SPFC
01.jun.2008, 16h
Brasileirão 2008
Vila Sésamo (SP)


Não, não foi uma grande partida do São Paulo. O primeiro tempo foi apenas regular, e o segundo tempo foi bem ruim. Mas então por que estou usando a partida para explicar por que Muricy Ramalho não deve deixar o Tricolor? Porque ele fez tudo certo.

A começar pela escalação. O São Paulo voltou ao 3-5-2 que o consagrou nos últimos anos, com Rogério Ceni, Alex Silva, André Dias e Miranda; Joílson, Zé Luís, Ricky, Hugo e Jorge Wágner; Borges e Aloísio. Admito: melhor escalação possível, considerando que Hernanes estava contundido, sem condição de jogo.

E o primeiro tempo deu a impressão de que as coisas iam engrenar para o Tricolor, sobretudo pela organização tática. O São Paulo teve posse de bola superior a 60%, embora a alternância de lances de perigo entre as duas equipes qualificasse o jogo como equilibrado. Mas aí entram os fatos que o técnico não pode resolver. Hugo, que andava jogando bem, voltou a apresentar o não-futebol que o marcou no São Paulo. Borges também permaneceu desaparecido, a despeito de uma ligeira melhora com relação às últimas atuações. E Jorge Wágner, embora não comprometesse, voltou a errar muitos passes.

Isso tudo no primeiro tempo, em que o São Paulo esteve melhor.

Na volta para o segundo tempo, Muricy faz o certo: tira Borges, pouco efetivo, e põe Dagoberto, para dar mais movimentação. Mas o atacante mostra o mesmo futebol enganation que está caracterizando sua passagem pelo São Paulo, com muita correria e pouca produção de jogadas.

O Santos passa a dominar as ações e começa a ensaiar um gol. Nenhum lance realmente agudo de gol, mas várias jogadas de perigo, em geral paradas pela atuação segura de Rogério Ceni.

Diante da ineficácia de Dagoberto, Muricy tenta de novo: coloca Éder 'Janelinha' Luiz, no lugar do batalhador, mas hoje pouco inspirado, Aloísio. Acertou de novo. Mas as peças de reposição não ajudam. O ataque, que já era pouco perigoso, se torna completamente inoperante -- e sem a opção do "chuveiro, chuveiro, não faça assim comigo..."

Ah, mas dá para piorar. Ricky faz uma falta idiota, leva o segundo amarelo e está fora do jogo. O Santos parte para o abafa e, de repente, o empate passa a ser bom resultado.

Muricy conserta o time, colocando Fábio Santos para recompor a defesa. Quem pagou o pato foi Hugo, horroroso na tarde de hoje.

Ah, mas dá para piorar. O jogo passa dos 40 do segundo tempo, e Zé Luís se machuca. O São Paulo não tem mais substituições a fazer, e, para todos os efeitos, precisa terminar a partida com dois a menos (embora Zé da Raça tenha se segurado dentro de campo para fazer número).

Como a fase também não anda boa pelos lados praianos, ficou tudo como começou: 0 a 0. E o São Paulo *perde* mais uma posição no campeonato, com ridículos 3 pontos em 4 jogos. Tá feia a coisa.

Mas como culpar o Muricy? Quem ele tem para colocar no time? Hugo? Dagoberto? Borges? Se essas são as nossas esperanças, então a coisa está feia.

O que os são-paulinos mais se perguntam é quanta falta vai fazer Adriano Imperador ao time. Não vai fazer falta. Vai fazer MUITA falta.

Se o Tricolor não trouxer reforços com urgência (um meia, um atacante e um lateral-esquerdo, para começo de conversa), a coisa vai ficar realmente feia nesta temporada. Vai ficar, não; já ficou.

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