Quatro jogos em 11 dias. Menos de 3 dias de intervalo entre cada partida, em média. Adversários difíceis como os dois maiores times do Rio Grande do Sul, um deles disputando o título, o outro invicto em seus domínios. Quem quiser cobrar do São Paulo de ontem o desempenho de um time inteiro vai cometer uma injustiça.
Digo isso porque o cansaço ajuda a explicar as circunstâncias da partida de ontem. O primeiro tempo mostrou um São Paulo jogando com autoridade, assumindo para si a responsabilidade de buscar os pontos e conquistar o tetracampeonato. Hernanes fazia ótima partida, reprisando bom desempenho de jogos recentes, e o Tricolor incomodava a zaga gremista. Até que tomamos um gol daqueles bizonhos de bola parada. Cinco pilulões na área, e nenhum deles subiu com Rafael Marques para pelo menos atrapalhar o cabeceio. Resultado: 1 a 0 para os donos da casa.
O São Paulo sentiu o gol por uns cinco minutos, mas voltou à carga. Em bela jogada de Hernanes, numa inversão para Dagoberto, o atacante chutou com força. A bola desviou no mesmo Rafael Marques e enganou Victor. Era o empate são-paulino.
A equipe continuou pressionando, enquanto o Grêmio jogava nos contragolpes, claramente buscando não perder e, se possível, "achar" o gol da vitória. E aí veio o segundo tempo, e com ele o cansaço começou a pesar. Mesmo antes das expulsões, o Tricolor já não rendia mais o desejado. Paulo Autuori percebeu isso e tentou colocar o time mais à frente. Com isso, dominou as ações e passou a pressionar, ainda timidamente.
Aí vieram as expulsões. Borges, que havia entrado em lugar de Washington, fez duas faltas estúpidas e violentas, daquelas que pedem cartão. Juro que fiquei me perguntando se ele não buscou esse resultado. Fato é que o cara ficou menos de dez minutos em campo. Com um a menos, a missão que era difícil ficou impossível. Em seguida, faltaram pernas para Dagoberto correr atrás da bola. Num daqueles carrinhos feios, ganhou o vermelho direto. Dois a menos. Aí o time resolveu se dedicar à defesa com todas as forças que restavam. Aos 49, Jean fez falta na entrada da área e foi expulso. Três a menos. O jogo passou dos 50 minutos, mas o time conseguiu segurar a pressão gremista, graças a grande atuação de Rogério Ceni.
Agora, tirando a expulsão do Borges, que foi estúpida, as demais foram fruto da falta de pernas e da necessidade de parar as jogadas. Foram justas, mas necessárias. Concordo com o Ricardo Gomes que não dá pra crucificar os jogadores. Aliás, concordo em muita coisa com nosso treinador. Admiro muito a coragem que ele tem na hora de fazer substituições. Com dois a menos, colocar Marlos no lugar de Jorge Wagner e Hugo no lugar de Arouca, duas substituições claramente ofensivas, Ricardo Gomes demonstra que seu objetivo é sempre a vitória, pouco importando o número de jogadores em campo. Não é qualquer técnico que faz essas coisas, ainda mais com um empate importante ao alcance da mão.
A ousadia quase foi premiada no finalzinho, numa bola dividida que quase Marlos ganhou, na cara de Victor, para fazer o gol da vitória. O gol não saiu, mas também não tomamos. O empate é um bom resultado, até mesmo à luz das projeções matemáticas da ISP: nós, aqui, considerávamos provável a vitória do Grêmio.
Ah, e antes que eu me esqueça... o pênalti. Sinceramente, acho que foi. Mas devo registrar que, se no lance corrido tive clara sensação de falta, na câmera de baixo a coisa toda pareceu mais um encontrão que qualquer outra coisa. O juiz não marcou. Agora aguenta a falação. Os adversários já estão à procura de motivos para diminuir as conquistas tricolores. Até mala branca do Cruzeiro vira problema nosso. Certamente esse "pênalti" (e o sobre Otacílio Neto, do Barueri, que merece ainda mais aspas que esse) serão muito lembrados pela mídia até o final do campeonato. Haja saco.
Agora é pensar para frente. Descansar o time, treinar *muito* as bolas alçadas à área e aprimorar finalizações. Mas, enquanto teve pernas, a atitude do São Paulo no Olímpico agradou. O que é um ótimo sinal, a quatro rodadas do fim.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
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4 comentários:
esse borges hem... meio mascarado... nao tá jogando nada, antes do jogo falou que foi sondado pelo Gremio e, em 5 minutos em campo, é expulso...
fora isso, um empate muito HEROICO... foi literalmente o jogo do melhor ataque contra a melhor defesa do campeoano.
vamos ver agora, como o RG vai montar o time pra jogar a proxima partida, com a maioria dos jogadores, devidamente descancados... estamos vivos, muito vivos... o final da rodada vai mostrar isso...
RUMO AO HEPTA...
Ok, as expulsões foram justas. Mas a verdade é que é mais fácil expulsar 3 jogadores do SPFC, ou mesmo marcar 3 penaltis contra nós (como no paulistão do ano passado contra os róseos em ribeirão preto). Espero que os róseos e os travecões da fiel também recebam o mesmo tratamento. Não podemos esquecer que no domingo o juizão pipocou ao não expulsar o segundo jogador róseo... Se bem que o cara-de-areia-mijada deve ter gostado, já que confessou que prefere um penta a um hepta.
Pow, o Borges teve uma chance primorosa. Era pra ele o jogo. e foi, ao ser expulso de modo bisonho.
Acredito que foi por gana. Me nego a achar q foi má fé do cara.
Espero o tetra, claro. Só q falta a estrela de algum jogar brilhar como a do Ceni q tá no gol né?
Falta o pezinho mais à frente q o do adversário. O cara que, mesmo sofrendo falta na área, cutuca a bola pro gol e q se foda a marcação do penal.
Correr o time tá correndo. Isso não dá pra negar e eu acho q o título tá tão visível pro time quepor isso não jogaram a toalha.
Esse campeonato tá fácil.
Belo blog e posts. Tou na área.
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A expulsão do Dagoberto foi falta de perna? Só se for a perna do Túlio, que quase ficou sem, com aquela tesourada violenta na lateral.
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É uma imaturidade que prejudica seriamente o São Paulo nessa reta final. A do Borges, nem comento. Ótimo que esteja de saída.
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