A estreia do São Paulo no Paulistinha foi menos que auspiciosa. Em pleno Morumbi, 3 a 1 para a Lusinha, que conquistou a vantagem no segundo tempo até com facilidade. O jogo foi uma tentativa de Ricardo Gomes de dar nova cara ao time.
Aos apressadinhos de plantão: acho que é muito cedo, pelo resultado, dizer que precisamos voltar ao 3-5-2. Todo ano a gente cobra que o time se prepare, tenha alternativas de jogo etc., mas quando a bola começa a rolar, a cobrança vem de imediato. Pouco importa que seja o primeiro jogo da temporada, o primeiro jogo no novo esquema... tem que ganhar!
Eu entendo, também fiquei irritadíssimo de ir ao Morumbi para ver a festa dos padeiros. Mas não é hora de declarar, com menos de 90 minutos de teste (digo menos porque, com a expulsão idiota do Dagoberto, qualquer esquema que tivesse foi pras picas), que essa ou aquela solução é a melhor.
Concordo que, com os nossos "laterais" atuais, fica difícil jogar no 4-4-2. Mas, até onde sabemos, o São Paulo segue com seus esforços de trazer Cicinho, e não dá para esperar até ele chegar para entrosar o time nesse esquema. Sou favorável a que Ricardo Gomes mantenha esse modo de jogar por mais algumas partidas, antes de declarar que não tem mesmo jeito.
Especificamente sobre o jogo, tivemos duas estreias: Marcelinho Paraíba e Léo Lima. Os dois renderam exatamente o que eu esperava deles; o primeiro participou bastante do jogo e fez um golaço, enquanto o segundo se escondeu a bola e só deu passes de lado. Em Marcelinho, que foi o nome do São Paulo no jogo, só me preocupa uma coisa: ele fez ótimos 45 minutos, mas no segundo tempo sumiu. Enquanto no primeiro tempo apareceu mais vezes no meio para conduzir a bola ao ataque, no segundo virou quase um ponta e por lá ficou. Espero que seja apenas um problema de condicionamento físico em início de temporada, porque não dá pra ter jogador de um tempo só, por melhor que seja. (E como é bom! Deu um toque de qualidade ao ataque do São Paulo que há tempos eu não via, além de demonstrar, mais uma vez, seu amor ao Tricolor e sua sintonia com a torcida!)
Curiosamente, o desempenho do time foi como o de Marcelinho. Bom primeiro tempo, basicamente dominando, e mau segundo tempo, basicamente dominado.
Além de Marcelinho (e mesmo assim por 45 minutos), poucos se salvaram. Washington voltou o mesmo: continua perdendo um caminhão de gols. Dagoberto também voltou o mesmo: habilidoso e siscador, mas afoito e violento quando perde a bola (que expulsão idiota!). Hernanes péssimo, mas sem surpreender, uma vez que já não rende seu melhor futebol há tempos. Jean, coitado, além de estar fora de posição só recebia bola quadrada. Jorge Wagner foi zero à esquerda, literalmente. Os zagueiros não fizeram nenhuma graaande cagada, mas também não mostraram o entrosamento exigido para o 4-4-2. Ricky, bem, é o Ricky. Ele não chegou a comprometer, mas sempre dá um jeito de fazer umas cagadas desnecessárias. Léo Lima, desaparecido. Roger "Impedido" conseguiu não ficar em impedimento, mas também nada fez, depois de entrar no lugar de Washington, um lance antes da expulsão de Dá-porrada-goberto. Marlos, nada. Junior Cesar, nem tempo teve para tentar alguma coisa. E até Rogério Ceni deu a impressão de estar sem tempo de bola, chegando atrasado nos lances e perdendo um pênalti, quando o jogo estava 0 a 0.
Com tudo isso, o que se tira de bom? Bem, enquanto o São Paulo jogou um pouco, mostrou mais qualidade ofensiva que no ano passado. Em três ocasiões, no primeiro tempo, Washington foi colocado do jeito que gosta, na cara do gol. Se não fez, é outro problema, mas o fato de que o meio conseguiu colocá-lo repetidas vezes de frente para o goleiro, com a bola, é bastante significativo.
E, avaliando em termos das perspectivas para o Paulistinha, a derrota foi péssima. A tabela do São Paulo, levando em conta Libertadores, é difícil, e esses pontos perdidos em casa podem fazer muita falta lá na frente. Mas nada que nos deva desesperar. É manter a cabeça no lugar e seguir trabalhando.
Uma pena que a torcida não esteja com essa paciência toda. Também pudera. Um time que começa o ano com 6 contratações, e mesmo assim é obrigado a improvisar nas laterais esquerda e direita não é sintoma de equilíbrio e sabedoria na hora de montar o elenco. Respeito muito a política do São Paulo de contratar de acordo com a oportunidade, mas é preciso também atender às necessidades. Em vez de só contratar um monte de jogadores baratinhos, sem contrato com outros clubes, precisava contratar os poucos realmente necessários.
domingo, 17 de janeiro de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
2 comentários:
Os mesmos erros de 2009. Dagoberto, fazendo faltas idiotas, Rick jogando de titular e improviso na lateral direita. Como dizem, errar é humano, persistir no erro é burrice.
Richarlyson e Dagoberto, não dá mais.....
Postar um comentário