terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Claramente em pré-temporada

Se tem alguém ainda reclamando do revezamento de escalações no Paulistinha, aí vai mais uma evidência de que o São Paulo segue em plena pré-temporada: só agora começam a chegar as contratações de mais vulto para o elenco.

Vai ser difícil também alguém dizer que o Juvenal precisa abrir o cofre. Abriu, e abriu bem. Não só negociando empréstimos de longa duração (como Alex Silva, que volta por 18 meses) como acertando compras de atletas do exterior (Cléber Santana teve 50% dos seus direitos federativos adquiridos pelo Tricolor e fica no clube por três temporadas).

Se há um lado positivo nisso é o fato de que parece que os europeus começam a levar o São Paulo a sério, não como um igual, mas como um aspirante a igual. Tanto que o Manchester City gostaria de enviar Robinho ao Tricolor, e não ao Peixe (embora eu ache que, nesse caso, a vontade do jogador de ir a Santos vá prevalecer), reprisando o que a Inter de Milão fez com Adriano, em 2008.

Tudo isso é muito bacana. Juvenal abriu o cofre, e estamos abarrotados de jogadores. Juntando com os que vão subir dos juniores, dá pra montar, no momento, uns 3 times.

Infelizmente, são 3 times de zagueiros, volantes (avançados e postados) e centro-avantes. Não temos grandes pontas, nem grandes alas, nem grandes laterais. Ou seja, o São Paulo contratou bem, mas ainda faltaram algumas posições. E o centro-avante titular absoluto é Washington (preocupante) e seu reserva é Roger Impedido (muito preocupante). Ou seja, ainda falta time para a Libertadores.

4-4-2 ou 3-5-2?

Embora Ricardo Gomes tenha minimizado essa questão ao final do jogo contra o Rio Claro, é evidente que o São Paulo está numa encruzilhada com relação a esquema. O treinador gostaria de implementar o 4-4-2, seu jeito favorito de jogar, e está tentando fazer isso com as peças que tem à mão. Isso já foi tentado antes, inclusive por Muricy, e não deu grande resultado. Ainda assim, acho cedo para dizer que o esforço fracassou.

Por outro lado, a tentação de migrar para o 3-5-2, esquema vencedor de 2005, 2006, 2007 e 2008, aumentou muito com a chegada de Alex Silva. Afinal, com 3 grandes zagueiros, dá para colocar algum deles no banco (ainda mais levando em conta que os dois que estão aí recusaram propostas do exterior, e o terceiro que vem chegando voltou para poder mostrar seu futebol com vistas à Copa do Mundo)? O nosso problema mais crítico (ainda mais com a não-vinda de Cicinho e a crise com Diogo) são as laterais. É mais fácil improvisar alas (no 3-5-2) que laterais (no 4-4-2), o que talvez justifique a volta ao velho esquema. Mas, de todo modo, continuam sendo improvisos.

Outra pergunta que não quer calar: Oscar, que se reapresentou na segunda-feira, e Diogo, que inevitavelmente vai reaparecer, devem ser aproveitados?

Todas essas são questões que serão trabalhadas até mesmo depois da estreia na Libertadores, em 10 de fevereiro. O que mostra que o planejamento Tricolor, embora esteja tendo grandes resultados em contratações (grande diferença com relação a temporadas passadas), está descompassado com as competições que disputa no primeiro semestre. Provavelmente, acompanhando a janela europeia de transferências, que se fecha em 31 de janeiro.

Um comentário:

Gustavo Templar disse...

Onde estão os podcasts, companheiros Salvador e Paulo?
Seria bom lançar um podcast falando sobre esses e outros assuntos. Eu, por exemplo, não lembrava da existência do Cléber Santana, mas me disseram que é muito bom jogador. Enfim.
Abraços