Muricy: para mim, ídolo eterno

Muricy Ramalho, mesmo depois de deixar o São Paulo, continua dando alegrias à torcida são-paulina. Pediu um caminhão de dinheiro à Porcaria, de forma a inviabilizar sua contratação. Assim, não teremos o desgosto de ver o treinador dirigindo um de nossos rivais.

Podem tentar vender essas negociações como uma atitude mercenária de Muricy, mas que ninguém se engane -- o cara não é ingênuo. Ele sabia que, se pedisse demais, manteria uma posição profissional, mas também protegeria sua imagem são-paulina. E a gente pode imaginar o tamanho do caminhão de grana que ele pediu, lembrando que o antecessor no cargo era o Vandinho (esse sim mercenário).

Fiquei muito chateado com a saída de Muricy, principalmente por sentir que alguns jogadores fizeram força para ele cair. Além de prejudicar o clube, atrapalharam o profissional e perpetuaram essa ideia idiota de que jogadores podem derrubar o treinador. O São Paulo perdeu a oportunidade de mudar esse paradigma, afastando os paneleiros e mantendo o treinador. Mas não foi dessa vez que promovemos essa revolução no futebol.

Muricy Ramalho conseguiu o que nenhum treinador obteve no São Paulo: um tricampeonato. E em que circunstâncias! Um tricampeonato brasileiro -- feito inédito na história do futebol nacional. Seu nome está marcado no panteão de ídolos do clube. E espero sinceramente que a última página de sua trajetória no Morumbi não tenha sido escrita.

Valeu demais, Muricy. Até a próxima. A torcida são-paulina agradece.

P.S.: Desculpem a minha ausência nos últimos tempos. No mesmo dia em que o São Paulo foi eliminado pelo Cruzeiro, passei por uma grande atribulação profissional, e estou agora tateando um novo rumo. Daí a dificuldade de postar aqui com mais frequência. E, convenhamos, o futebol não está ajudando muito.