sexta-feira, 25 de abril de 2008

Juvenal Jones e os Caçadores dos Reforços Perdidos

Não, não houve erro de planejamento. Não, magina. Foi tudo como o planejado. Já estava mesmo nos planos do São Paulo sair correndo atrás de reforços entre as duas fases da Libertadores, jogando um futebol pífio na primeira fase. Era isso mesmo que a gente estava pensando.

Ah, faça-me o favor. O São Paulo é diferenciado? LÓGICO QUE É. Mas diferenciado não quer dizer infalível. E a diretoria errou bastante no primeiro semestre deste ano. Agora, a próxima salvação da lavoura pode ser Pedro Ken. Pedro quem? Pedro Ken, do Coritiba. Bom jogador? Pode ser. Mas Juninho e Joílson também eram. Contratação no mesmo estilo, com a diferença de que os dois primeiros vieram de graça, e o novo salvador da pátria deve custar caro aos cofres tricolores.

Até aceito que, a essa altura do campeonato (show de planejamento!), pode ser a melhor coisa que iremos encontrar no mercado. Mas que é difícil cravar que será a solução para os nossos problemas (dando nome aos bois: a dificuldade de criar ações ofensivas pelo meio-campo), isso é.

E pode nem vir. Muricy diz que já está bom se vier mais um zagueiro. Só mais um zagueiro. Porque a contratação de Juninho não vingou (show de planejamento!). Com todo o respeito, um zagueiro extra é bom, mas não é a prioridade. Ficar satisfeito com isso é compactuar com o "bom planejamento" da diretoria. É dar uma colher de chá à raposa velha.

E, por falar no nosso novo zagueiro, deve mesmo ser o Rodrigo, hoje no Flamengo. O jogador está insatisfeito por lá, numa demonstração de por que o São Paulo é diferenciado: lá na Gávea não há o saudável hábito de pagar em dia. Nem nas Laranjeiras. Isso para ficar só nos que disputam a Libertadores (e não mencionar os patéticos rivais que temos na capital paulista).

No Tricolor, jogador é bem-tratado, é visto com profissionalismo e respeito, recebe em dia. Isso é parte da aura diferenciada do São Paulo, que más decisões momentâneas não conseguem apagar. Vale, e vale muito. Pena que não baste para ser campeão.

A despeito de tudo, ainda há esperança. Primeiro porque, para o bem ou para o mal, só quatro adversários nos separam agora da conquista da América. Segundo porque o mundo não acaba no início de julho. Haverá muitos outros campeonatos pela frente, muitas outras taças em jogo, e o profissionalismo do São Paulo, na média, prevalece.

Claro que a torcida quer o título *agora*. Eu também quero. Mas nada dessas trapalhadas que marcaram o primeiro semestre tricolor abalará meu profundo orgulho de ser são-paulino. São Paulo é mais.

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