Infelizmente, mais uma vez, o resultado final não foi o desejado. Mas ninguém pode questionar a entrega e o espírito indomável desses guerreiros que honraram o manto sagrado Tricolor nesta tarde no Morumbi. Depois de um irreversível 2 a 0, e um jogador a menos em campo, a equipe foi buscar o resultado e, não fosse um gol no fim (de novo!), teria saído com um espetacular (para as circunstâncias) empate. Quiseram os deuses do futebol que fosse uma derrota (a quinta em clássicos na temporada), mas isso não pode ocultar a luta que nossos jogadores travaram em campo.
O time desta vez era totalmente escalável antes do jogo: Rogério Ceni, Jean, Alex Silva, Miranda e Jr. Cesar; Rodrigo Souto, Hernanes, Marlos e Jorge Wagner; Dagoberto e Washington. A mesma equipe que brilhou contra os difíceis Botafogo e Santo André.
O jogo começou bastante truncado, com muito respeito de ambas as equipes. O São Paulo controlava mais o meio-campo, mas ofensivamente pouco produzia: levou perigo somente em dois chutes de longa distância, os dois de Hernanes, e ambos defendidos sem dificuldades pelo goleiro santista. Já a equipe da Vila, a despeito da menor posse de bola, era mais aguda nos ataques e buscava mais a linha de fundo.
Foi num lance desses com Léo, aos 26, que surgiu o primeiro gol. Cruzamento que mirava um atacante impedido, mas acabou empurrado por Jr. Cesar para seu próprio gol. Deveria valer ou não? O juiz achou que sim, iniciando as adversidades tricolores.
Mas, se a decisão anterior era controversa, a que se seguiu foi indiscutivelmente injusta: por uma falta de meio-campo, o juiz expulsou (segundo amarelo) Marlos, maior esperança de dinamismo ofensivo do São Paulo. Até mesmo os comentaristas da Globo, que em geral amaciam para a arbitragem, criticaram a decisão.
Quando nada parecia poder piorar, saiu o segundo gol do Santos, noutro cruzamento que veio da esquerda e encontrou André livre para empurrar para a rede. O primeiro tempo terminou 2 a 0 para os visitantes, que jogavam com um homem a mais.
Impossível recuperar?
Não foi assim que pensaram Ricardo Gomes e seus comandados. O treinador reorganizou o time em campo, fechando os espaços, e tirou um coelho da cartola (que me perdoem os críticos cada vez mais vorazes, mas a melhora foi resultado direto da "improvável" mexida que ele fez) ao colocar Cicinho na meia, em lugar de Washington, atacante capaz, mas com pouca mobilidade e baixo poder de marcação.
A equipe reagiu. Além da marcação eficaz, mesmo com um a menos, Hernanes começou a ter mais espaço para avançar. Foi de jogada individual dele, após cortar dois defensores e chutar no cantinho, que saiu o primeiro gol da reação Tricolor. Não muito tempo depois, Jean e Cicinho mostram outro aspecto da mudança tática do São Paulo e fazem boa jogada. Pela primeira vez o lateral/ala/meia repatriado da Roma acertou um cruzamento, preciso, na cabeça de Dagoberto, que testou firme, marcando o improvável gol de empate.
Enquanto a torcida são-paulina vibrava com a incrível reação e entrega, o supostamente mega-ofensivo time da Vila começava a suar frio, tocando de lado e se negando a ir ao ataque (mesmo com um homem a mais), no intuito de fazer o tempo passar e garantir o empate. O Tricolor continuou pressionando, mas nos dez minutos finais já não tinha muito gás.
Ricardo Gomes não desistiu: trocou o cansado (mas excelente) Jorge Wagner por Fernandinho, que teve a chance de decidir logo na primeira bola que recebeu, mas não conseguiu se colocar à frente do zagueiro para concluir. Já no final, o treinador tirou Dagoberto, pregado, e colocou Marcelinho Paraíba.
E quando tudo parecia se encaminhar para um empate (já eram mais de 45 do segundo tempo), o bandeirinha marca com vigor e entusiasmo uma falta de Miranda na lateral da área. Cruzamento fechado, na direção do segundo pau. A bola passa por cima de Rogério, que falha e não consegue interceptar. Durval coloca a cabeça na trajetória da pelota e faz com que ela estufe a rede. O Santos terminava vencedor.
Um castigo (mais um?) para a aguerrida equipe são-paulina, que agora terá de vencer por 2 gols, na Vila Belmiro, para passar à final. Missão complicadíssima. Mas não impossível.
Duas coisas que valem o destaque: arbitragem mais uma vez atrapalha o São Paulo, desta vez com interferência seríssima no andamento da partida. Será que é tudo coincidência?
Outra: valeu pela luta, pelo esforço, pelo espírito guerreiro. Mas confesso já estar irritado com essa coisa de "jogou como nunca, perdeu como sempre". Espero que a escrita se quebre em Santos. E digo mais: confio na classificação. É difícil? É. Mas ninguém pode tratar um placar de 2 a 0 num clássico como algo impossível. Ainda mais diante de uma equipe imatura e circense, que hoje mostrou como pode tremer diante de um adversário realmente focado. Espero só que o juizão não faça palhaçada similar no jogo de lá. Até porque o Santos já tem suficientes atrações circenses para apresentar.
domingo, 11 de abril de 2010
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6 comentários:
Salvador,
Se nosso Tricolor perdesse todo jogo assim, com luta, garra e dedicação, sinceramente, pra mim tava bom.
Ninguem gosta de perder, mas qdo acontece jogando da forma que jogamos não importa muito, pq essa derrota, infelizmente é toda do nosso CAPITÃO. Aquela bola cruzada na pequena area ERA DELE.
Abraços.
o Rogério de Hoje é uma sombra do que foi em 2005!
Nem como líder ele presta, ele é um desanimo....vai mal para caramba ultimamente.
Hora de repensar se queremos que o SPFC volte a ganhar e pare de envergonhar a sua tradição, ou que o outrora monumento do futebol quebre recordes pessoais.
Honestamente, não para ser campeão de nada com esse técnico aí....
Não me iludo com o jogo da Vila, acho que nem com a Libertadores.
Não se enfrenta a federação impunimente. Domingo tem mais palhaçada
Domingo senti orgulho de torcer para esse time. Concordo totalmente com o título do post: Vida longa aos guerreiros!
Bom, mudando um pouco de assunto, esta tarde tivemos uma vitória muito importante nos bastidores. O Fabio Koff ganhou a eleição para presidente do Clube dos 13. Isso vai dar aos clubes mais autonomia e independência em relação aos direitos de transmissão.
É claro que o Curintia apoiava Kleber Leite, candidato ligado à CBF.
Isso explica bastante a torcida explícita da Rede Globo a favor do Curintia e contra o Maior do Mundo.
Se isso não mudar, ou até piorar, pelo menos não mexerá na grana que nos é de direito.
Abs!
Conversando com um amigo lembramos de mais algumas coincidências em erros de arbitragem contra o São Paulo. No clássico contra o Palmeiras, Xandão, que vinha sendo uns dos destaques do time na época, foi expulso num lance (pelo menos) duvidoso. No clássico contra o Corinthians o expulso foi o Washington, que estava numa sequência de bons jogos, num lance totalmente absurdo. E agora? Qual era o destaque do time? Qual jogador que entrou muito bem e mudou a forma do SPFC jogar? Marlos! Tudo bem que foram dois lances que um árbitro poderia até ter dado cartões amarelos, mas usando esse critério, deveria ter colocado pra fora vários outros jogadores. E não sei se é muita paranóia minha, mas no segundo tempo, quando o "árbitro" saiu distribuindo cartões amarelos pros santistas como se distribuisse doces em dia de São Cosme e Damião, me pareceu mais um motivo pra tentar disfarçar uma atuação pra prejudicar o São Paulo.
Sérgio Guilherme, na minha visão, não é coincidência. Inclusive o repórter André Plihal da ESPN levantou esta lebre quando fazia a cobertura do vestiário tricolor logo após o final do clássico. André informou que tivemos expulsos em TODOS os clássicos este ano.
Duas coisas: ou não temos um comandante à frente do time, ou está muito claro que as brigas nos bastidores estão sim prejudicando deliberadamente o time.
A terceira hipótese, seria a de um surto coletivo de paranóia. E esta, devido a todas as circunstâncias, acho a menos plausível das três.
Abraços tricolores.
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