Hoje foi de dar gosto. Se o domingo de Páscoa marca tradicionalmente, para os cristãos, o momento da ressurreição do Cristo, para o São Paulo neste ano foi um legítimo renascimento. Não tenho medo de dizer que foi a melhor partida do time nesta temporada, e se o adversário não era poderoso, tampouco pode-se dizer que era uma equipe fraca ou ingênua.
O São Paulo não contava com Washington, cumprindo suspensão, e optou por um ataque leve na frente. Mas Ricardo Gomes foi ainda mais audaz, escalando praticamente um 4-4-2 que, no ataque, virava 4-3-3. O time foi com com Rogério Ceni, Jean, Alex Silva, Miranda e Jr. Cesar; Rodrigo Souto, Hernanes, Marlos e Jorge Wagner; Dagoberto e Fernandinho.
Mas o que mais impressionou não foi a escalação, mas a postura do time em campo. Levando a sério a missão de se classificar para as semifinais do Paulistinha, a equipe marcou o Botafogo em seu campo de defesa desde o primeiro minuto. E manteve a mesma postura do começo ao fim. Não teve aquela conversinha fiada de "No primeiro tempo, jogamos assim, no segundo tempo, jogamos assado". Postura perfeita, de quem quer chegar para valer nas competições que disputa.
Além da disposição para marcar o adversário para valer (raridade absoluta na temporada), o time mostrou inteligência. Sem um homem de referência na área, optou por jogadas rápidas e pelo chão, sem muitos levantamentos. O resultado foram boas trocas de passe que resultaram em, pelo menos, uns 3 pênaltis para o São Paulo no primeiro tempo. Desses, o juiz resolveu marcar apenas um (é difícil árbitro marcar vários pênaltis a favor de um mesmo time, exceto quando é contra o Tricolor). Rogério Ceni bateu e fez um papelão. Foi certamente o pênalti mais mal batido da carreira do nosso capitão. Fez uma paradinha ridiculamente malfeita e acabou mandando a bola na mão do goleiro adversário. Ridículo mesmo.
O time sentiu a merda por uns 5 minutos, mas logo se recuperou, e seguiu seu domínio. O esforço foi premiado com o gol de Marlos, após belíssima jogada de Miranda, que arrancou desde a defesa e deixou com açúcar para o meia-atacante só colocar por cima do goleiro. Belo gol, aos 45 da etapa inicial, que abriu o placar e deu a tranquilidade que era para ter sido do time desde os 13, quando Rogério desperdiçou a batida.
Na segunda etapa, quem achou que o São Paulo pudesse se retrair e administrar o resultado teve uma grata surpresa: a equipe seguiu com a mesma pegada e viu ainda mais espaço para jogar, uma vez que o Botafogo começou a colocar sua equipe mais ofensiva (embora não tenha resultado em muito mais perigo contra o gol de Ceni, que só foi exigido de fato uma vez na partida inteira). O segundo gol foi o que mais custou a sair, mas veio por uma bela troca de passes que deixou Hernanes na cara do gol para empurrar.
Nova dúvida: com 2 a 0, o São Paulo se daria por satisfeito? Não. Encontrou seu terceiro gol com escanteio batido por Jorge Wagner, que Rodrigo Souto colocou para dentro (como anda fazendo gols este bom volante marcador, hein?). E, diferentemente do que poderíamos esperar, nem aí sossegou. Manteve seu padrão de jogo e estava claro que o quarto gol era questão de tempo. E nem muito tempo. Foi Junior Cesar quem estufou a rede, depois de bela assistência de Dagoberto.
Para fechar o placar, Hernanes fez boa penetração e chutou com violência e precisão, da entrada da área. Com os 5 a 0, o São Paulo fez uma partida extremamente convincente, sendo o único senão a falta de uma sequência com futebol compatível com essa apresentação em particular.
De toda forma, se a cobrança era por uma boa partida do time, esta foi uma indiscutível. Como a sequência agora é de matar um leão por dia, continuamos no fio da navalha e precisamos vencer na quarta-feira para confirmar a classificação, diante do perigoso mas desinteressado Santo André (já garantido na segunda posição da primeira fase, independentemente de qualquer resultado).
Para a equipe, fica a congratulação pela boa vitória. Para Ricardo Gomes, fica o problema de encontrar um meio de encaixar Washington de volta no time e ainda assim manter a disposição defensiva e a velocidade ofensiva vistas hoje.
De todo, um resultado bastante promissor, que precisa ser confirmado por uma sequência. Não custa lembrar, na série de 5 provas bimestrais, Ricardo Gomes tirou um 3, um 5 e agora um expressivo 8. Quem sabe não é o início de uma boa fase, na hora certa?
domingo, 4 de abril de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
pqp volta o w9 nesse time ae eh pedi pra c burro d+.
Se viu que o time jogo bem d+ esse jogo, mantem a formação e poem o w9 pra esquenta 1 poko o banco.
De quando o sp começo a apresenta eses altos e baixos, c percebia 1 elenco rachado. E acho que a preça principal para raxar esse elenco, nao jogou ontem, que eh o Sr. Cleber Santana.
essa é a grande questão: washington sim ou não.
gosto dele. qdo ele joga, geralmente joga bem, mas o time não. fica lento com um fixo na frente.
devemos repetir a escalação com w9 no banco, e ver no que dá.
Saudações tricolores!
Uma coisa me deixa curioso: por que só agora o Ricardo Gomes percebeu isso?
O Fernandinho já mostrou em outras oportunidades que se encaixa melhor com o Dagoberto na construção das jogadas. Ele sabe tabelar, sabe chegar de trás com a bola nos pés e tentar uma jogada individual e ainda por cima conclui bem a gol.
Eu não entendo porque ele não foi o titular contra a gambazada. Tava machucado? Suspenso?
De novo: desculpa quem defende o Washington, mas com ele em campo, perdemos muito a nossa capacidade ofensiva.
Com um atacante de referência que fica parado lá na frente, o SP simplesmente não funciona. O SP não é o Fluminense, tampouco o Atletico PR.
Eu espero de verdade que seja o início de uma nova fase.
Continuo sem entender essa visão do Ricardo Gomes de que o SP precisa de um atacante de referência. Acho que não, o SP pode dar certo se chegar de trás com 3, 4 jogadores tabelando, criando jogadas, abrindo o jogo pelas laterais.
O SP fica previsível com esse tal homem de referência no ataque. Até porque o Washington se marca sozinho... ;)
Postar um comentário