sexta-feira, 30 de abril de 2010

Ricardo, Ricky, Rogério e rendimento

O novo podcast da Imprensa São-Paulina discute o desempenho da equipe durante o confronto com o Universitario do Peru. Enquanto boa parte da torcida pede as cabeças de Ricardo Gomes e Richarlyson, analisamos a falta de brios do time e a apatia que pode custar a eliminação na Libertadores. Não contra a fraca equipe peruana, mas quase certamente na etapa seguinte. Mas, claro, como nem tudo é desgraça, comentamos um pouco dos outros jogos do torneio e, em especial, o tal "jogo do ano" (só não sei se de pólo aquático ou futebol).

Clique no player abaixo para ouvir, ou baixe clicando aqui.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Bastidores de Universitario x SPFC

Entre a covardia e a ruindade:
Universitario (PER) 0x0 SPFC

Num confronto entre um time muito ruim e outro covarde, quem é favorito? Não é preciso ser muito inteligente para perceber que o resultado tendia a 0 a 0. Um oxo horrível, diga-se de passagem. Foi esse o resumo da ópera do primeiro jogo das oitavas de final entre São Paulo e Universitario do Peru.

O Tricolor foi a campo com a formação esperada, que viu o retorno de seu centroavante à equipe titular: Rogério Ceni, Cicinho, Alex Silva, Miranda e Ricky; Rodrigo Souto, Hernanes, Jorge Wagner e Marlos; Dagoberto e Washington. Mas não apareceu nem um vislumbre das boas atuações que ocorreram contra Botafogo e Santo André.

O time bem que ameaçou começar no ataque, com chutes de fora da área (o de Hernanes passou raspando, o de Cicinho carimbou a trave), mas logo decidiu se postar defensivamente e jogar apenas nos contragolpes. O time do Universitario tem capacidade zero de criação ofensiva, e o resultado foi um jogo muito feio, com muita disputa no meio-campo e pouco toque de bola. Nos poucos contra-ataques que encaixou, o São Paulo quase encontrou seu gol. Mas o primeiro tempo ficou no 0 a 0.

Para a segunda etapa, o time se acovardou ainda mais, satisfeito com o placar. O Universitario continuava sem capacidade de criar, mas foi motivado por uma presepada de Richarlyson. Amarelado na primeira etapa, ele deu um carrinho incompreensível, violento, idiota, sem sentido, enfim, típico dele, e o resultado foi o cartão vermelho. Com um a mais, o time peruano sentiu ainda mais vontade de vir para cima, mas sem qualidade alguma.

Ricardo Gomes recompôs imediatamente a linha defensiva, com a entrada de Jr. Cesar no lugar de Marlos. Lá pelos 40 do segundo tempo, colocou mais um zagueiro, Renato Silva, em lugar de Washington. E segurou o placar.

Pela qualidade das duas equipes, cabia uma vitória são-paulina. E será vergonhoso se o Tricolor não se classificar no Morumbi, precisando apenas vencer por qualquer placar. Mas ficou aquela sensação de que falta ambição e ousadia ao time. Aquela que temos visto ao longo de toda temporada, sobretudo nos momentos decisivos. Salvo alguns poucos jogadores (Ave, Alex Silva, general absoluto da zaga! Salve, Washington, Coração Valente!), falta motivação e gana. Para ganhar o campeonato, vai precisar melhorar nisso. Para passar pelo Universitario, do jeito que está tá bom.

terça-feira, 27 de abril de 2010

Ceni 900: Vida longa e próspera ao nosso capitão!

Amanhã, diante do Universitário do Peru, Rogério Ceni completará o seu jogo 900 vestindo a camisa do SPFC. Que honra, ein? Pô, quando paro pra pensar que vi inteirinha a carreira do nosso arqueiro, me sinto privilegiado.

Aposto que Rogério, serão aqueles jogadores que todos os são paulinos contarão aos filhos com saudosismo e saudades, não só pela postura em campo, mas por suas grandes defesas e gols incríveis.

A imprensa tem discutido e falado que o goleiro não vive um bom momento, pergunto a todos, qual goleiro dos grandes de SP e RJ está atuando melhor que ele? Olha, não sei vocês, mas acredito que nenhum. De qualquer forma, muito se espera de nosso capitão, inclusive sua vibração e empenho de outrora.

Rogério é o são paulino que quando "jovem" viu o time ser campeão do mundo no banco de reservas e sonhou. Acreditou por toda sua carreira que repetiria esse feito, com o passar de 7 anos de titularidade muitos já não acreditavam mais, até houve quem pedisse pra que ele saísse sob o pretexto de "liderança negativa" ou "pé frio", pura ignorância!

Em 2005, junto se importantíssimos e lendários companheiros ele se consagrou como o maior ou um dos maiores ídolos da história do SPFC, de toda forma, acredito que o mais persistente deles.

Que goleiro tem como sua melhor partida na vida a final do Mundial de Clubes?Ou Consegue ser artilheiro de uma Copa Libertadores vencida pelo seu time? É um dos últimos bastiões do futebol fiel a clubes? Não tem.

Com 900 jogos e 89 gols em uma carreira brilhante, Rogério Ceni mudou a história dos goleiros no Brasil e fez o SPFC ser glorioso novamente.

Ele saltou em direção a glória, e voou sem respirar como na defesa no chute de Gerrard no ângulo. Para o goleiro-artilheiro, o céu é o limite.

Acredito em você capitão. Leve-nos de novo ao título continental, você é o cara!

Parabéns Rogério por mais essa marca! Muitas mais virão, tenho certeza!

sexta-feira, 23 de abril de 2010

O Tricolor e as oitavas da Libertadores

No mais novo podcast da Imprensa São-Paulina discutimos o desempenho da equipe no último jogo da primeira fase da Libertadores, os problemas do Ricardo Gomes, os problemas com o Ricardo Gomes e as perspectivas para a fase de mata-mata do mais importante torneio do semestre. Tudo isso em quase uma hora de bate-papo.

Para ouvir, use o player abaixo; para baixar o MP3, clique aqui.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Ele não se mistura com a gentalha! Ô Ô Ô o Quico é Tricolor!

Essas coisas do futebol...
SPFC 1x0 Once Caldas

Claro que, pros lados do Morumbi, tá todo mundo enfatizando a ótima classificação geral do São Paulo na fase de grupos da Libertadores. De fato, nunca estivemos tão bem quanto agora, em que, na pior das hipóteses, ficaremos em segundo. Mas também vale dizer que isso só aconteceu porque a competição, como um todo, está muito disputada. Em diversas edições, 13 pontos não davam toda essa regalia.

Enfim, esse é o lado bom. Infelizmente, só esse é o lado bom. Porque futebol que é bom, tá complicado, viu?

O São Paulo ontem foi a campo mal escalado. RIcardo Gomes insistiu na besteira de deixar Washington de fora (contra o Santos, embora tenha se mostrado errado, eu até achava que fazia sentido, mas hoje não) e mandou para o gramado Rogério Ceni, Cicinho, Alex Silva, Miranda e Ricky; Rodrigo Souto, Hernanes, Jorge Wagner e Marlos; Dagoberto e Fernandinho.

O primeiro tempo não foi bom, mas ao menos vimos uma partida razoável. O time tentava criar, embora se ressentindo da ausência de uma referência no ataque, e produziu alguns (não muitos) bons lances. Fernandinho apresentava boa movimentação e Marlos desfilava sua habilidade. Defensivamente, o time não teve a mesma concentração e falhou em pelo menos uma das duas chances que o Once Caldas teve na etapa inicial (Alex Silva não acompanhou Moreno, que testou a bola para fora). Ainda assim, a equipe visitante só teve chances em contragolpes e o São Paulo manteve o domínio de bola (aquela história do falso domínio do jogo).

Numa jogada meio despretensiosa, já no fim do primeiro tempo, Dagoberto lançou Marlos, que achou um espaço de meio metro para driblar seu marcador sem sair pela linha de fundo e impedir a interceptação do goleiro - jogadaça que terminou com assistência para Fernandinho só empurrar. Com o 1 a 0 no placar, e o fim do primeiro tempo, começaria a agonia Tricolor.

Modificado, o Once Caldas voltou para a segunda etapa disposto a buscar o empate. Passou a dominar o meio, e o São Paulo aceitou passivamente esse domínio, sem a famosa marcação-pressão que deveria existir. Ricardo Gomes enxergou o problema, mas não a solução. Ao trocar Fernandinho por Jean, a mensagem psicológica enviada ao time foi: temos de recuar e segurar lá atrás. Jeito de jogar que não condiz com a grandeza do clube e que só convida catástrofes.

Depois de ser "homenageado" pela torcida por sua alteração bisonha, Ricardo tentou "consertar", tirando Jorge Wagner para a entrada de Washington. O time voltou a atacar, embora sem domínio do meio, apenas ligando contragolpes. Enquanto isso, o Once Caldas teve duas grandes chances, uma que parou em grande defesa de Rogério e outra que carimbou a trave. Por sorte (é só por sorte) a bola não entrou, e ficamos com o 1 a 0.

Mas ninguém pode se enganar. Essa postura não é a de quem está a fim de ganhar mata-mata. Sem pulso, sem decisão, sem vontade... alguns jogadores até vibram mais (Alex Silva e Cicinho me vêm à mente), mas parece que o resto da equipe não acompanha. Nem mesmo a presença (impressionante) de mais de 50 mil pagantes pareceu mudar a postura de alguns. Além de tudo, temos um treinador que anda inventando demais sem necessidade e se mostra, por vezes, até ingênuo em suas alterações. Tudo muito preocupante.

De toda forma, e voltando ao início disso tudo, no papel a campanha tá linda. Virtual segundo colocado da classificação geral, leva em tese a vantagem de decidir em casa pelo menos até a semifinal. O duro vai ser chegar lá...

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Torcida de final? Aqui não!

Sensacional foi a resposta do torcedor são paulino com relação a eliminação vergonhosa (pela forma que foi) no Campeonato Paulista.

O jogo da quarta-feira que decide nosso rumo na Copa Libertadores (mesmo perdendo, o SPFC deve se classificar como um dos piores segundos), deve encher o Morumbi mais uma vez.

Mais de 27.000 ingressos já foram vendidos. A expectativa é de um público em torno de 40 a 50 mil pessoas nesse feriado de Tiradentes no estádio do Morumbi.

Enquanto isso, ninguém se lembra que já faz uns bons anos que a torcida tricolor conta com uma das maiores médias de público no Brasileirão e na Copa Libertadores. É, imprensa pouco parcial. A verdade é que cada dia mais, o são paulino mostra que esse papinho de "torcedor de final" é uma das maiores mentiras do futebol mundial.

Que culpa temos nós se temos um estádio do tamanho de nossas pretensões? Coisa pra time grande, time vencedor, time GIGANTE.

E é com esse espírito de torcida GIGANTE e de APOIO INCONDICIONAL, que o SPFC jogará no Morumbi para a surpresa de muitos, diante de um algoz chamado Once Caldas.

Não, a torcida não esquece dos erros do passado recente, mas jamais deixará o time na mão quando mais precisa dela. São Paulino é torcedor de estádio grande, torcedor de time vencedor e de GIGANTE NA COPA LIBERTADORES!

TE VEJO NA QUARTA! RUMO AO TETRA!

PS: Mesmo com o Gargamel no comando! hehehe

domingo, 18 de abril de 2010

Sem comentários...

Jogou do jeito errado, jogou com a escalação errada e não chutou uma bola no gol.

Fica aí a lição aos que me chamaram de "corneteiro" por saber que o Richarlyson não marcaria no lance que cruzou para o primeiro gol do Santos, isso sem contar nos inúmeros contra-ataques. Ou mesmo, saber que o C. Santana seria lento e o SPFC ficaria sem ninguém dentro da área, e ironicamente o lance mais perigoso foi do W9, quando a vaca já tinha ido pro brejo.

Eu vi todos os jogos desse time na temporada e já havia alertado, aliás muitos estavam comigo nessa.

Além de tudo, a burrice é tamanha que o cara surpreende e avisa o adversário dois dias antes. É o fim...

Olha, sou contra demissão de treinadores, mas hoje, ficou evidente que o técnico não está preparado para dirigir o SPFC. Pode ser uma boníssima pessoa, mas tá na hora de comprar a passagem de volta pra França.

Podiam chamar o Roberto Justus pra conversar com o Ricardo Gomes hoje á noite...

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Não inventa Gargamel!

Começou a preocupação.

Hoje em treino disputado no CT Tricolor, o nosso "mestre" Gargamel confirmou a escalação de Richarlyson NA LATERAL ESQUERDA. Isso mesmo, lá vem improviso.

O Ricardo Gomes deve ter feito algum curso de "como queimar seus jogadores e deixá-los sempre insatisfeitos". O Junior Cesar está muito prestigiado pelo visto, pena. Mesmo tendo um último jogo ruim, considerava essa a sua melhor fase no SPFC. Por conta de sua má atuação na partida passada, daria o sangue, tenho certeza.

Outra mudança que preocupa é a entrada da lesma Cléber Santana no lugar de Marlos, até porque o ataque deve ser formado por Fernandinho e Dagoberto, adeus bola aérea.

Acho totalmente sem coerência você tirar o artilheiro do time em um jogo decisivo, nas improvisações desse jogo, ele conseguiu se superar. Washington também entra pro seleto grupo dos atletas que devem adorar o Ricardo Gomes, caso isso se confirme.

Sabe qual é o mais irônico? O time estava bem e jogando bem, e o cara muda! Não dá sequência ao que notadamente vinha dando certo.

Olha, Juvenal... a paciência da torcida tá acabando. Pode até vencer, mas com esse técnico, se fizer isso mesmo, não se vai a lugar algum.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Guerra fria? Clima quente nos bastidores...

O São Paulo Futebol Clube ainda não se pronunciou oficialmente por meio de seu site oficial ou twitter, como geralmente o faz, quando assuntos importantes acontecem.

No caso, qualquer torcedor tricolor, gostaria de saber o que o clube tem a dizer a respeito do anúncio da conquista da Taça das Bolinhas, estranhamente entregue na semana após a Presidente do Flamengo Patrícia Amorim e Juvenal Juvêncio, presidente do SPFC encabeçarem a campanha que reelegeu Fábio Koff no Clube dos 13, o opositor da CBF.

Muitos especulam que a CBF tenha dado esse "presente" ao SPFC, pois amanhã virá a bomba de um possível veto da FIFA ao estádio do Morumbi. Tudo isso faz parte de uma enorme guerra fria nos bastidores do futebol brasileiro.

Estranhamente, ao receber a notícia, o Presidente da FPF, Marco Polo Del Nero, desafeto do tricolor, sugeriu uma festa para o SPFC receber a taça, até com desfile em carro de bombeiros. (mente mal ein Del Nero?)

O Clube dos 13 se pronunciou por meio de seu presidente Fábio Koff dizendo que o objetivo disso é a desunião de Flamengo, São Paulo e Sport.

E aí, o que virão? bombas? Morumbi? Nada?

Não importa o que a CBF diga, o que a FIFA diga, o Morumbi é a minha casa, é a casa de todos os são paulinos e será um estádio moderno, com ou sem copa. Só que eu como contribuinte, não vou bancar um estádio novo, espero que nem você internauta.

CBF reúne federações e anuncia Taça das Bolinhas para o SPFC!


A CBF em reunião com as federações estaduais por meio de assembléia oficializou que a Taça das Bolinhas foi conquistada pelo PRIMEIRO PENTACAMPEÃO BRASILEIRO, o SPFC.

Engraçado que muitos davam como certo que os problemas com Ricardo Teixeira, iriam tirar o troféu que foi conquistado pelo SPFC em 2007.

Finalmente, a CBF acabou com a discussão a respeito disso. Após analisar os documentos desde 1987, foi anunciada a posse da taça para o tricolor.

Por incrível que pareça, a CBF foi coerente, embora muitos questionem a validade dessa taça.

Na sala de troféus é só mais uma entre muitas.

Bye Bye Mengão.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Os bastidores

Faz tempo que estou querendo fazer considerações acerca dos últimos movimentos dos bastidores do São Paulo e do futebol brasileiro. Não queria fazer isso bem agora, numa fase de decisão de campeonato, mas as últimas notícias não me permitem adiar mais isso. Então, vamos lá, começando pela confusão mais recente.

Morumbi 2014

O Estadão hoje publicou notícia de que a Fifa vetaria o estádio do Tricolor para a Copa. Vítor Birner fez um excelente trabalho de rastreio dessa suposta novidade e, para mais detalhes sobre como provavelmente aconteceu, recomendo a leitura deste post no blog dele. É óbvio que o alinhamento do São Paulo com Fábio Koff, frustrando a tentativa de dar um "golpe de estado" no futebol brasileiro por parte do presidente da CBF, foi a gota d'água para a geração dessa balbúrdia.

Agora, que ninguém duvide: quem manda mesmo na Copa 2014 é Ricardo Teixeira. Se ele espalha que a Fifa vai tirar o Morumbi, para mim é quase certo que isso vai mesmo acontecer. De um lado, fica o temor de que o meu dinheiro (trabalhamos quase metade do ano só para pagar nossos impostos) seja usado para construir um elefante branco em São Paulo, favorecendo você-sabe-quem em detrimento do povo paulista.

De outro, em compensação, aconteça o que acontecer, fica minha alegria de ver que a trégua com a CBF tinha limites. Quando Ricardo Teixeira passou do ponto, o São Paulo não se furtou a se alinhar com os interesses maiores do futebol brasileiro, contra as intenções escusas do presidente da confederação. Bom saber que, a despeito de um período de relativa calmaria, o São Paulo não se converteu numa vaquinha de presépio como tantos clubes falidos que vemos por aí.

Clube dos 13

Não acho que Fábio Koff seja um exemplo, um grande líder ou coisa que o valha. Mas, neste momento, o mais importante era impedir que a CBF controlasse todas as peças do futebol brasileiro, da organização do campeonato nacional à negociação de cotas e contratos de televisão. A história já ensinou que colocar todo o poder no mesmo lugar nunca dá certo e só serve a interesses pessoais e escusos. Fico feliz de ver o São Paulo se alinhando contra os mesmos culpados de sempre: Ricardo Teixeira, Andrés Sanchez, Marco Polo del Nero...

O patrocínio

Aqui não vou elogiar o Tricolor, não. O que a diretoria está fazendo é uma palhaçada. Estabeleceram uma meta de patrocínio, viram que não iam conseguir e começaram a fazer patrocínios pontuais, mas de forma totalmente atrapalhada. Primeiro, melindraram empresas que negociavam contratos longos de patrocínio ao permitir que uma empresa fizesse um "pontual-surpresa", que não foi oferecido a pelo menos algumas das companhias que tinham interesses mais longevos com o clube. Erro primário. Depois, tivemos o episódio do ex-diretor da Locaweb, provavelmente a primeira vítima fatal da inconsequência no Twitter. Fora do controle do SPFC isso aí, mas é o tal negócio: pau que nasce torto...

Agora, Hypermarcas. Nada contra a empresa, que precisou se defender contra o sumiço da mídia, após a eliminação de seu principal outdoor do campeonato paulista. Mas dizem que a empresa queria até colocar Jontex no calção do Tricolor. Felizmente, pelo menos a quantidade de patrocínios foi limitada pelo São Paulo. Mas, ainda assim, é inegável que a simpatia dos torcedores do clube pela dita empresa inexiste.

Moral da história: para ficar com esse fuzuê todo, melhor teria sido assinar logo com a LG mais uma renovação. Dizem que, na bacia das almas, a empresa coreana chegou a oferecer 30 milhões (oficialmente, o teto que eles atingiram foi 24 milhões), mas o São Paulo achava que podia mais. Bem, talvez uma avaliação errada da diretoria. E o preço, em termos de imagem mais que de grana, está sendo alto.

A conspiração

Levantaram a lebre das expulsões de jogadores do São Paulo em clássicos. Acho um pouco forcação de barra, embora os cartões que ocasionaram as saídas de Xandão (contra Palmeiras) e mais ainda Marlos (contra Santos, semifinal) tenham sido de fato bastante questionáveis. A expulsão de Washington contra o Curíntia achei perfeitamente justificável.

Então não tem conspiração? Tem sim. Primeiro, porque os adversários não costumam ser tratados com o mesmo rigor. No último jogo, poderia ter expulso o Marlos, mas aí teria que ter expulso uns dois ou três do Santos, que bateram um bocado, dando vários rapas por trás e até cotovelada na boca de jogador nosso.

E a maior evidência de favorecimento alheio é a tabela. Alguém tem de ser muito ingênuo para achar que foi coincidência todos os clássicos do São Paulo virem antes de uma partida importante pela Libertadores. Há quem diga que a tabela do Paulista foi feita e divulgada muito antes da do torneio continental para alegar que não houve má-intenção, mas isso é uma balela. De fato, a tabela da Libertadores não estava pronta, mas a Conmebol obviamente notificou os organizadores do futebol brasileiro (ou vice-versa) para que as duas tabelas não tivessem incongruências. Como diabos as federações estaduais poderiam ter adivinhado quando marcar jogos no meio de semana e quando não marcar?? É claro que a Conmebol falou: olha, datas para os brasileiros na Libertadores são tal, tal e tal. E aí a FPF fez sua tabela ao redor dessas datas, com a marcação "no capricho" dos clássicos tricolores.

Então, é o tal negócio. Tem prejuizo na tabela, tem prejuizo na arbitragem. Mas não podemos nos esconder disso tudo. No domingo, com um a menos, saindo de 2 a 0, houve momento em que poderíamos ter virado a partida para nós. Teremos nova chance no domingo agora, lá na Vila, e uma arbitragem tendenciosa ou uma federação que torce contra não podem servir como desculpa. Apesar da putaria toda, DÁ PARA GANHAR. Esse tem que ser o pensamento.

domingo, 11 de abril de 2010

Vida longa aos guerreiros

Infelizmente, mais uma vez, o resultado final não foi o desejado. Mas ninguém pode questionar a entrega e o espírito indomável desses guerreiros que honraram o manto sagrado Tricolor nesta tarde no Morumbi. Depois de um irreversível 2 a 0, e um jogador a menos em campo, a equipe foi buscar o resultado e, não fosse um gol no fim (de novo!), teria saído com um espetacular (para as circunstâncias) empate. Quiseram os deuses do futebol que fosse uma derrota (a quinta em clássicos na temporada), mas isso não pode ocultar a luta que nossos jogadores travaram em campo.

O time desta vez era totalmente escalável antes do jogo: Rogério Ceni, Jean, Alex Silva, Miranda e Jr. Cesar; Rodrigo Souto, Hernanes, Marlos e Jorge Wagner; Dagoberto e Washington. A mesma equipe que brilhou contra os difíceis Botafogo e Santo André.

O jogo começou bastante truncado, com muito respeito de ambas as equipes. O São Paulo controlava mais o meio-campo, mas ofensivamente pouco produzia: levou perigo somente em dois chutes de longa distância, os dois de Hernanes, e ambos defendidos sem dificuldades pelo goleiro santista. Já a equipe da Vila, a despeito da menor posse de bola, era mais aguda nos ataques e buscava mais a linha de fundo.

Foi num lance desses com Léo, aos 26, que surgiu o primeiro gol. Cruzamento que mirava um atacante impedido, mas acabou empurrado por Jr. Cesar para seu próprio gol. Deveria valer ou não? O juiz achou que sim, iniciando as adversidades tricolores.

Mas, se a decisão anterior era controversa, a que se seguiu foi indiscutivelmente injusta: por uma falta de meio-campo, o juiz expulsou (segundo amarelo) Marlos, maior esperança de dinamismo ofensivo do São Paulo. Até mesmo os comentaristas da Globo, que em geral amaciam para a arbitragem, criticaram a decisão.

Quando nada parecia poder piorar, saiu o segundo gol do Santos, noutro cruzamento que veio da esquerda e encontrou André livre para empurrar para a rede. O primeiro tempo terminou 2 a 0 para os visitantes, que jogavam com um homem a mais.

Impossível recuperar?

Não foi assim que pensaram Ricardo Gomes e seus comandados. O treinador reorganizou o time em campo, fechando os espaços, e tirou um coelho da cartola (que me perdoem os críticos cada vez mais vorazes, mas a melhora foi resultado direto da "improvável" mexida que ele fez) ao colocar Cicinho na meia, em lugar de Washington, atacante capaz, mas com pouca mobilidade e baixo poder de marcação.

A equipe reagiu. Além da marcação eficaz, mesmo com um a menos, Hernanes começou a ter mais espaço para avançar. Foi de jogada individual dele, após cortar dois defensores e chutar no cantinho, que saiu o primeiro gol da reação Tricolor. Não muito tempo depois, Jean e Cicinho mostram outro aspecto da mudança tática do São Paulo e fazem boa jogada. Pela primeira vez o lateral/ala/meia repatriado da Roma acertou um cruzamento, preciso, na cabeça de Dagoberto, que testou firme, marcando o improvável gol de empate.

Enquanto a torcida são-paulina vibrava com a incrível reação e entrega, o supostamente mega-ofensivo time da Vila começava a suar frio, tocando de lado e se negando a ir ao ataque (mesmo com um homem a mais), no intuito de fazer o tempo passar e garantir o empate. O Tricolor continuou pressionando, mas nos dez minutos finais já não tinha muito gás.

Ricardo Gomes não desistiu: trocou o cansado (mas excelente) Jorge Wagner por Fernandinho, que teve a chance de decidir logo na primeira bola que recebeu, mas não conseguiu se colocar à frente do zagueiro para concluir. Já no final, o treinador tirou Dagoberto, pregado, e colocou Marcelinho Paraíba.

E quando tudo parecia se encaminhar para um empate (já eram mais de 45 do segundo tempo), o bandeirinha marca com vigor e entusiasmo uma falta de Miranda na lateral da área. Cruzamento fechado, na direção do segundo pau. A bola passa por cima de Rogério, que falha e não consegue interceptar. Durval coloca a cabeça na trajetória da pelota e faz com que ela estufe a rede. O Santos terminava vencedor.

Um castigo (mais um?) para a aguerrida equipe são-paulina, que agora terá de vencer por 2 gols, na Vila Belmiro, para passar à final. Missão complicadíssima. Mas não impossível.

Duas coisas que valem o destaque: arbitragem mais uma vez atrapalha o São Paulo, desta vez com interferência seríssima no andamento da partida. Será que é tudo coincidência?

Outra: valeu pela luta, pelo esforço, pelo espírito guerreiro. Mas confesso já estar irritado com essa coisa de "jogou como nunca, perdeu como sempre". Espero que a escrita se quebre em Santos. E digo mais: confio na classificação. É difícil? É. Mas ninguém pode tratar um placar de 2 a 0 num clássico como algo impossível. Ainda mais diante de uma equipe imatura e circense, que hoje mostrou como pode tremer diante de um adversário realmente focado. Espero só que o juizão não faça palhaçada similar no jogo de lá. Até porque o Santos já tem suficientes atrações circenses para apresentar.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

A luz no fim do túnel...

Após uma belíssima apresentação são-paulina e o passaporte carimbado para as semifinais do Paulistinha, o podcast da ISP comenta a vitória contra o Santo André, o sucesso recente do time e as perspectivas para o embate contra o Santos e a sequência da Libertadores.

Ouça no player abaixo ou clique aqui para baixar em MP3 (30 MB).

Que venha o circo e seus palhaços! Santo André 1x3 São Paulo

Car.....!!!! Sangue quente nesse time! Finalmente!

Com mais uma belíssima exibição com QUALIDADE e muita RAÇA, o mais querido bateu a "mala brancada" equipe do Santo André que certamente será presa fácil para o Grêmio Prudente nas semifinais pelo que correu e cansou na partida de hoje.

Embora a transmissão na TV Globo tenha sido extremamente cara de pau e insuportável, colocando microfone na "torcidinha" do Santo André, além de exaltar o eliminado time sem estádio no seu 100ternada, o SPFC mostrou sua grandeza e do começo ao fim, jogou como o torcedor gosta de ver.

Mesmo com suas limitações, o tricolor do nosso "mestre" Ricardo Gomes, encontrou com boas e rápidas trocas de passe, uma dinâmica espetacular, que com certeza foi criada pela entrada do Marlos Messi, nosso "meia criativo" que colocou por muitas oportunidades seus compannheiros na cara do gol.

Com um golaço do artilheiro canelinha de ouro Washington, que com pouco ângulo de chute bateu cruzado entre as pernas do goleiro, começou o que seria uma das melhores exibições do SPFC no ano.

Em seguida, tivemos uma sequência de lances criados por Marlos que foram desperdiçadas, destaque para uma trave infiel com Dagoberto. Mas mesmo assim, o Dagol estava afim de bola e numa rápida triangulação, saiu o segundo do tricolor, feito por ele.

Daí em diante, o SPFC se manteve atacando, mas o "bom" time do Santo André descontou de cabeça. Lance esse que é um problema crônico da zaga tricolor, cruzamentos feitos com muita facilidade e atacantes livres para o cabeceio, sempre.

Na segunda etapa, tratamos de ter mais posse de bola, controlar um pouco a partida, que continuou emocionante, mas em um rebote de escanteio, Jorge Wágner deu a cavadinha para o espetacular desvio de Miranda para o fundo do gol.

Depois foi só administrar e assistir com sabor o desespero dos globais para que o pobre Grêmio Prudente sofresse um gol para a galinhada classificar, que peninha deu né? Entrevista do gordo e tudo lamentando.

Dizem por ai que Andrés investirá a mala branca não paga na compra de muitos DietShakes pra "bola" das galinhas.

De toda forma, o importante é que vem "O DUELO" do campeonato. Hora de decidir é com o São Paulo, e agora vamos pegar o time queridinho do momento, e que melhor tem jogado, diga-se de passagem.

Vocês gostam de comer peixe? Hmmm, boa pedida pra domingo ás 16hs no Morumbi. Te espero lá.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Maracanã prontinho pra copa!


Onde está o Sr. Ricardo Teixeira? E o ilustríssimo Jerome Valcke da FIFA?

Olha aí que bonito está o estádio da FINAL DA COPA DO MUNDO DE 2014. Garanto que se fosse de interesses "estranhos", o Jornal Nacional entrevistaria o Presidente da CBF hoje para perguntar sobre o estádio, e com certeza RT diria "Conversamos com São Pedro e em 2014 não existirá essa coisa de chover, o problema é com as nuvens, não com a cidade nem o estádio."

O Maracanã pode até se candidatar a virar parque aquático nas Olimpíadas de 2016 né? Com vestiários e todos seus acessos absolutamente submersos, com certeza César Cielo traria a medalha para o Flamengo em casa!

Bom, eu não sei vocês, mas já vi a cidade de São Paulo com problemas bem semelhantes a esses do Rio, mas não me lembro sequer do Morumbi submerso, que dirá dessa forma... Que engraçado né? Falam tanto de estrutura, mas o estádio da final não suporta nem chuva.

Será que a imprensa não vai falar nada com o Sr. Rodrigo Paiva e o ilustre presidente da CBF, Sr. Ricardo Teixeira?

Complicado viu, tem momentos que não dá pra falar nada. Enquanto isso, o SPFC se prepara para decidir seu destino no Paulistinha em um campo de futebol de areia...

domingo, 4 de abril de 2010

Uma vitória maiúscula

Hoje foi de dar gosto. Se o domingo de Páscoa marca tradicionalmente, para os cristãos, o momento da ressurreição do Cristo, para o São Paulo neste ano foi um legítimo renascimento. Não tenho medo de dizer que foi a melhor partida do time nesta temporada, e se o adversário não era poderoso, tampouco pode-se dizer que era uma equipe fraca ou ingênua.

O São Paulo não contava com Washington, cumprindo suspensão, e optou por um ataque leve na frente. Mas Ricardo Gomes foi ainda mais audaz, escalando praticamente um 4-4-2 que, no ataque, virava 4-3-3. O time foi com com Rogério Ceni, Jean, Alex Silva, Miranda e Jr. Cesar; Rodrigo Souto, Hernanes, Marlos e Jorge Wagner; Dagoberto e Fernandinho.

Mas o que mais impressionou não foi a escalação, mas a postura do time em campo. Levando a sério a missão de se classificar para as semifinais do Paulistinha, a equipe marcou o Botafogo em seu campo de defesa desde o primeiro minuto. E manteve a mesma postura do começo ao fim. Não teve aquela conversinha fiada de "No primeiro tempo, jogamos assim, no segundo tempo, jogamos assado". Postura perfeita, de quem quer chegar para valer nas competições que disputa.

Além da disposição para marcar o adversário para valer (raridade absoluta na temporada), o time mostrou inteligência. Sem um homem de referência na área, optou por jogadas rápidas e pelo chão, sem muitos levantamentos. O resultado foram boas trocas de passe que resultaram em, pelo menos, uns 3 pênaltis para o São Paulo no primeiro tempo. Desses, o juiz resolveu marcar apenas um (é difícil árbitro marcar vários pênaltis a favor de um mesmo time, exceto quando é contra o Tricolor). Rogério Ceni bateu e fez um papelão. Foi certamente o pênalti mais mal batido da carreira do nosso capitão. Fez uma paradinha ridiculamente malfeita e acabou mandando a bola na mão do goleiro adversário. Ridículo mesmo.

O time sentiu a merda por uns 5 minutos, mas logo se recuperou, e seguiu seu domínio. O esforço foi premiado com o gol de Marlos, após belíssima jogada de Miranda, que arrancou desde a defesa e deixou com açúcar para o meia-atacante só colocar por cima do goleiro. Belo gol, aos 45 da etapa inicial, que abriu o placar e deu a tranquilidade que era para ter sido do time desde os 13, quando Rogério desperdiçou a batida.

Na segunda etapa, quem achou que o São Paulo pudesse se retrair e administrar o resultado teve uma grata surpresa: a equipe seguiu com a mesma pegada e viu ainda mais espaço para jogar, uma vez que o Botafogo começou a colocar sua equipe mais ofensiva (embora não tenha resultado em muito mais perigo contra o gol de Ceni, que só foi exigido de fato uma vez na partida inteira). O segundo gol foi o que mais custou a sair, mas veio por uma bela troca de passes que deixou Hernanes na cara do gol para empurrar.

Nova dúvida: com 2 a 0, o São Paulo se daria por satisfeito? Não. Encontrou seu terceiro gol com escanteio batido por Jorge Wagner, que Rodrigo Souto colocou para dentro (como anda fazendo gols este bom volante marcador, hein?). E, diferentemente do que poderíamos esperar, nem aí sossegou. Manteve seu padrão de jogo e estava claro que o quarto gol era questão de tempo. E nem muito tempo. Foi Junior Cesar quem estufou a rede, depois de bela assistência de Dagoberto.

Para fechar o placar, Hernanes fez boa penetração e chutou com violência e precisão, da entrada da área. Com os 5 a 0, o São Paulo fez uma partida extremamente convincente, sendo o único senão a falta de uma sequência com futebol compatível com essa apresentação em particular.

De toda forma, se a cobrança era por uma boa partida do time, esta foi uma indiscutível. Como a sequência agora é de matar um leão por dia, continuamos no fio da navalha e precisamos vencer na quarta-feira para confirmar a classificação, diante do perigoso mas desinteressado Santo André (já garantido na segunda posição da primeira fase, independentemente de qualquer resultado).

Para a equipe, fica a congratulação pela boa vitória. Para Ricardo Gomes, fica o problema de encontrar um meio de encaixar Washington de volta no time e ainda assim manter a disposição defensiva e a velocidade ofensiva vistas hoje.

De todo, um resultado bastante promissor, que precisa ser confirmado por uma sequência. Não custa lembrar, na série de 5 provas bimestrais, Ricardo Gomes tirou um 3, um 5 e agora um expressivo 8. Quem sabe não é o início de uma boa fase, na hora certa?

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mais um ano "muricyano" na Libertadores...
Monterrey (MEX) 0x0 SPFC

É, se alguém duvidava da dramaticidade da situação do São Paulo na Libertadores (e eu tenho certeza de que ninguém pensava diferente disso), esta partida contra o Monterrey consolidou a situação delicada.

Antes de mais nada, vou comunicar meu sinal de alívio com relação à escalação. Quando começaram a circular rumores de que Alex Silva iria a campo como lateral direito manco, eu achei de uma incongruência ímpar. Do jeito que foi o time, foi uma bosta, mas pelo menos manteve-se a coerência. Ricardo Gomes mandou a equipe com Rogério Ceni, Cicinho, Alex Silva, Miranda e Jr. Cesar; Rodrigo Souto, Cléber Santana, Hernanes e Jorge Wagner; Dagoberto e Washington.

O primeiro tempo começou mais aberto, e as duas equipes chegavam -- mas muito pouco -- aos gols dos respectivos adversários. Muita troca de passes no meio-campo, uma defesa importante de Rogério numa cabeçada à queima-roupa, mas que foi em cima dele, e boa movimentação de Washington, que também quase marcou o seu.

O time mostrou uma qualidade raras vezes vista na temporada: jogou com raça e aplicação defensiva extrema. Todo mundo pegou firme a marcação, desde o Washington até o Cicinho. No começo, inclusive, fizeram a coisa mais certa, que era abafar a saída de jogo do Monterrey e fazer o time mexicano rifar a bola.

Ainda assim, mesmo com bastante raça, faltou qualidade. Cléber Santana apagado, parecia jogar só num quadradinho no meio-campo, sem mostrar qualidade no passe ou movimentação. Pelo menos defensivamente cumpriu seu papel. Pior mesmo foi Hernanes, que começa a caminhar a largos passos para uma temporada no banco de reservas. Com a função de armar as jogadas, ele estava ainda mais lento que de costume, tocando curto demais e demorando para soltar a bola. Foi o pior do time.

Para completar o trio negativo, Dagoberto, apesar de toda a combatividade, participou pouco do jogo, e quando o fez, foi naquele esquema tradicional de cortar na diagonal da área, em vez de tentar, vez por outra, a linha de fundo.

O primeiro tempo terminou num ritmo moderado, que interessava ao São Paulo, mas até o mais imbecil saberia que a segunda etapa seria diferente, conforme o desespero batesse na equipe mexicana.

E veio o segundo tempo. Dagoberto foi o primeiro a deixar o gramado, substituído por Fernandinho, que deu outro dinamismo ao setor esquerdo do ataque são-paulino (embora com poucas oportunidades). Infelizmente, o pouco acionamento dele se deu por conta de uma postura cada vez mais conservadora (para não dizer covarde) do Tricolor, que começou a jogar pelo empate, abdicar da posse de bola e só rifar a bola para a frente, sem direção ou estratégia de contragolpe. A equipe pouco produziu, salvo por um chute da intermediária de Hernanes e outro do meio-campo de Cléber Santana (do quadradinho que ele ocupou no campo). Em compensação, o Monterrey veio para cima e perdeu diversas chances de gol. Em parte pela excelente atuação da dupla de zaga são-paulina e da presença-monstro de Rogério Ceni, em parte pela falta de qualidade na finalização.

Mesmo depois de levar vários sustos (e ceder incontáveis escanteios), o time manteve-se atrás. Cicinho saiu contundido (quero ver dizer agora que estava bem fisicamente!) e Jean entrou em seu lugar. E, para fechar de vez a equipe, Ricardo Gomes colocou Xandão no lugar de Hernanes, migrando o time nos minutos finais para o 3-5-2. Ainda assim, o maior sufoco veio nos acréscimos, em que a bola não entrou na meta defendida por Rogério por conta de uma série de defesas espetaculares e uma boa dose de sorte.

Final de jogo: um oxo de fazer jus ao nome, e uma atuação são-paulina que, se não foi apática como a média do ano, foi covarde e burra, porque, sabendo que o time deles viria de qualquer jeito para cima, não se deu ao trabalho de armar contragolpes que respondessem à altura e ao menos preocupassem a defesa mexicana. Placar justo, principalmente pela boa atuação defensiva e pela raça, mas certamente muito aquém de qualquer bom desempenho na temporada.

Agora, é o tal negócio: a decisão do grupo será no Morumbi, contra o "casca de ferida" Once Caldas. Jogo difícil, apesar de ser em casa, e a obrigação de vencer. Não tanto pela classificação para as oitavas (que, de acordo com simulações, dificilmente escapará, mesmo em caso de derrota, em razão do bom saldo de gols acumulado), mas pela perspectiva de obter melhor posicionamento no cômputo geral. Caso o pior aconteça e o São Paulo perca sua partida final em casa, a tendência é passar às oitavas como o pior segundo colocado dentre os classificados. O que, convenhamos, é péssima notícia.

Se alguém achava, antes do início do ano, que a classificação viria mais fácil com Ricardo Gomes do que com Muricy, pode tirar o cavalinho da chuva. Vamos sofrer até o fim. E sabe-se lá quão mais longe poderemos ir. O time precisa evoluir, urgentemente. Gostei da postura individual e guerreira da equipe, mas falta qualidade e, acima de tudo, inteligência, para administrar os resultados sem tomar sufocos como o do último jogo.

Sei lá, começo a ficar bodeado. Nas duas "provas bimestrais" de Ricardo Gomes (de cinco já projetadas na tabela dos campeonatos que disputamos), ele tirou uma nota 3 e uma nota 5. Já estamos de recuperação. Vamos bombar?