sexta-feira, 30 de julho de 2010

The sound of silence

O leitor já deve ter reparado minha ausência do blog nas últimas semanas. Gostaria de dizer que é apenas excesso de trabalho e falta de tempo para postar, mas também tem outra coisa. Estou extremamente irritado com alguns erros imperdoáveis (e inexplicáveis) cometidos pela diretoria do SPFC, mas acho que não é hora de discuti-los. Após o fim da Libertadores, pretendo voltar a esse assunto. E que ninguém pense que um resultado favorável irá apagar essas cagadas.

Por ora, só um rápido comentário sobre o jogo de quarta-feira. Eu confesso que fiquei mais irritado em retrospecto do que durante o jogo. Enquanto estava 0 a 0, eu estava apreensivo, é claro, mas entendia a estratégia proposta. O São Paulo mostrou imensa fragilidade na defesa em sua volta da Copa, e era preciso mostrar dedicação extra para retomar a segurança nesse setor do campo.

O que não podia acontecer, e aconteceu, foi renunciar a todo o resto, só em nome de "arrumar" a defesa. Eu duvido, sinceramente, que essa proposta de jogo tenha partido do Ricardo Gomes (sempre o bode expiatório, a despeito do mundo de cagadas, de cima e de baixo, que temos visto ao redor dele). Para mim, foi mais o efeito psicológico do retorno da Copa, em que a defesa são-paulina apareceu cheia de buracos. (Aí sim podemos imputar responsabilidade ao treinador, que mexeu onde não devia e não usou bem o tempo que teve para treinar a equipe e corrigir os erros.) Os jogadores se sentiram na obrigação de mostrar que a defesa ainda era sólida, e esqueceram que o jogo é jogado em dois campos.

Ainda se tivesse conseguido manter o 0 a 0, vá lá. Mas não conseguiu. Numa das poucas reais chances de gol do Inter, eles fizeram seu magro placar, e vêm a São Paulo com a vantagem principal não de ter feito um gol, mas de não ter tomado nenhum. (Sobre a hipótese de placar mais dilatado, convenhamos: falam tanto do desempenho do Rogério, que foi ótimo de fato, mas a verdade também é que o time do Sul não teve graaandes oportunidades que exigissem milagres do nosso capitão. Ele catou bem, atento e focado que estava, e garantiu o placar mínimo, mas não fez nenhuma defesa miraculosa, o que atesta também a inoperância ofensiva da equipe colorada.)

Está tudo perdido? Não, não está. Há razões para algum otimismo? Sinceramente, não. (Para alguns, a contusão do Ricky é um sinal divino, mas não me incluo nesse grupo.) O time não jogou nada a temporada inteira, salvo dois jogos no Paulista (Botafogo e Santo André) e dois jogos na Libertadores (Cruzeiro). Por um acaso (encaixou os jogos certos na hora certa) está nas semis do torneio continental. Mas está longe de apresentar um futebol de campeão de forma consistente (apresentou contra a equipe azul de Minas, mas não manteve a pegada).

O que eu faria?

Para o Ceará, equipe 80-90% titular. Por causa do Brasileirão? Não. Mas porque o desempenho do Beira-Rio mostra que o time precisa de confiança, e ela só virá com uma boa apresentação. O Vovô (time que vem bem no campeonato, mas está em declínio) em casa é uma ótima oportunidade de adquirir esta confiança.

E quinta-feira?

Para mim, Rogério Ceni, Alex Silva, Xandão e Miranda; Jean, Rodrigo Souto, Hernanes, Fernandão e Jr. Cesar; Dagoberto e Ricardo Oliveira. E seja o que Deus quiser.

3 comentários:

Anônimo disse...

considero a sua escalação boa, mas será que o Fernandão consegue jogar, nos ultimos jogos ele não jogou, do mesmo jeito que o Marlosn e o Dagoberto será que ele vai jogar?

Rodrigo Sleiman disse...

Gostei da analise

A responsabilidade é do RG! Mas nao por esse jogo, e sim por ter inventado experiencias desnecessárias em momentos inoportunos e decisivos (pós-copa).

Isso gerou queda de rendimento e confiança não só dos zagueiro como de todo setor defensivo.

Com isso, no jogo decisivo entraram psicologicamente abalados, buscando se defender em demasia, com destaque para Hernanes, já que ele tem habilidade tanto para defender quanto para atacar. É ele a única peça de ligação da defesa com o ataque (função que também deveria ser feita pelos laterais, que nao sei porque nao fazem). Ele foi o maior exemplo desse medo de abrir a defesa. Mas isso nao exime a culpa do RG, e sim da uma ótica diferente e mais apropriada para explicar o jogo

Anônimo disse...

Rick jogou bem no seu setor, pra destruir ele foi impecavel, mas pra arrumar um contra ataque fica dificil