Tem coisas que só acontecem no futebol. Era a frase que eu repeti seguidas mentes para o meu colega blogueiro, enquanto acompanhávamos, no Morumbi, os preparativos para o reinício da partida, após o gol do Curíntia. Que diabo de jogada foi aquela?? Um toque distraído para a lateral, que é interceptado por um adversário que, ligado no jogo, havia sido recém-autorizado a retornar a campo (acertou o juiz?), que toca errado, e a bola pára no pé do nosso zagueiro que, de repente, se descobre na frente do goleiro, que não gritou que a bola era dele. O zagueiro, asustado, dá um toquinho sutil na bola, só tirando do goleiro. Ela vai mansa para a frente do gol livre, onde um centroavante oportunista só tem o trabalho de tocar para a rede. Que sequência bizarra de cagadas, hein?
Fosse só isso, vá lá. Mas e a profunda injustiça da coisa toda? O São Paulo não estava massacrando (porque massacre, em futebol, só com gols), mas tinha domínio completo da partida. O adversário não havia dado um chute sequer no gol, e estávamos tocando bem a bola e preparando consistentemente o bote. Ao ver, nessas circunstâncias, o placar marcar 0x1 me levou à frase do início: tem coisas que só acontecem no futebol.
Após tomar o gol, o São Paulo deu uma assustada, mas logo retomou o controle das ações. Na bola que era para ser a do empate, Hernanes caprichosamente acertou a trave. O segundo tempo voltou igual, com o Tricolor pressionando em busca do empate. Por duas vezes, quase tomamos o segundo. Na primeira, o juiz marcou uma falta que eu, sinceramente, não vi. Na segunda, Ricky entregou no pé do Ronaldo, correu feito um filho da puta e foi buscar a bola de volta.
Por fim, num toque sutil após cruzamento vindo da direita, Washington se reencontrou com as redes. Tirou a camisa e tomou o cartão amarelo. Burro. O São Paulo volta ao ataque, busca com suas últimas forças o segundo gol. Se desorganiza. Ricky não está mais em campo, substituído por Marlos. Jorge Wagner e Borges já tinham saído, dando lugar a Hugo e Washington. No fim das contas, após uma marcação do juiz, Washington resolveu dar um dos seus chiliquinhos. Muito burro. Tomou o segundo amarelo e foi expulso. Dali em diante, já estava torcendo para o jogo acabar. Mas não por muito tempo. Foram três minutos, e estava decretado o fim da partida.
Com o segundo empate idiota seguido, o São Paulo deixou a Porcaria abrir cinco pontos e perdeu a segunda posição para o Goiás (embora sigam os dois com o mesmo número de pontos). Resultado, a perseguição continua. Não foi desta vez que chegamos à ponta.
Mas não é para desanimar. Os pontos que não fizemos nos últimos jogos, teremos de fazer nos próximos três: Náutico fora, Coxa em casa, Flamengo fora. Se ganharmos os três, voltamos à "matemática do título", já apresentada aqui na
Imprensa São-Paulina. Claro que ainda dá. Vamos em frente.