quarta-feira, 9 de junho de 2010

A batalha do Morumbi 2014

Quer uma combinação mais explosiva no Brasil que política, Copa do Mundo e eleição? É no meio desse imbróglio que está envolvido o projeto da cidade de São Paulo para o Mundial de 2014, que teve novos capítulos nos últimos dias.

O projeto aprovado pela Fifa para a abertura, datado de 15 de abril de 2010, custaria ao Tricolor mais de R$ 630 milhões. Valor inconcebível, em termos de endividamento, para o clube.

Em reunião com o Comitê Paulista, ficou decidido que a reforma do Morumbi seria a originalmente planejada, a um custo de cerca de R$ 300 milhões. E, de resto, foi dada uma banana oficial ao Comitê Organizador Local (leia-se Ricardo Teixeira) e à Fifa.

Não é uma atitude muito diferente da que teve o Atlético Paranaense, quando arguido sobre recursos para as obras na Arena da Baixada. O clube colocou seu estádio à disposição, mas se recusou a gastar mais do que cabe em seu orçamento.

Teoricamente, a decisão do São Paulo foi correta. E, teoricamente, essa é uma discussão civilizada e desinteressada, em que todos buscarão a melhor solução para o Brasil.

Aí é que entram a política e as eleições. Todo mundo sabe que (1) o São Paulo não é particularmente querido por Ricardo Teixeira, (2) governo adora fazer obra grande e cara, (3) gosta ainda mais quando é em caráter de urgência, porque dispensa licitação e (4) tem uma eleição no meio do caminho, que faz governantes ficarem receosos de fazer a tradicional farra do dinheiro público.

São elementos que jogam juntos nesse concerto maluco. O São Paulo fez a parte dele com altivez (e talvez uma empáfia necessária, mas agora incômoda): colocou seu estádio como o palco natural para a abertura da Copa 2014.

Agora, "lavou as mãos". Se o que os governos federal, estadual e municipal dizem em público for para valer (e tenho sérias dúvidas disso), a Fifa e o COL terão de parar de fazer frescura e admitir que o Morumbi é a saída, e que é preciso ser razoável. Se não for, todos nós pagaremos o preço. Literalmente. Com o dinheiro dos nossos impostos.

Vamos aguardar os próximos dias, pois haverá mais desdobramentos dessa infinita novela. Mas eu acho que o São Paulo cravou hoje um posicionamento diferente: não trabalha mais com a hipótese do "tudo pela Copa". Agora virou um: "se quiserem, o Morumbi está aqui". A bola não está mais conosco.

4 comentários:

Gustavo Templar disse...

Acho que todo torcedor são-paulino acha que eles fizeram a melhor opção. Para que gastar dinheiro para ficar aparecendo por aí e ficar individado por longos anos? É claro que o Morumbi ficaria muito melhor, mas 630mi? Tá louco. É muita coisa e tem muita frescura nisso tudo.

Marcelo Melo disse...

Com certeza, concordo com o amigo aí de cima, sou são paulino e quero ver meu time brigando por títulos, honrando os sócios, patrocinadores, colaboradores que apostam no time e não gastar uma bolada de dinheiro pra ficar satisfazendo as frescuras da FIFA. Tá certo, sim, lavar as mãos, se der, o são paulo fará, mas sem meter os pés pelas mãos.

Ryco disse...

Resumindo o que todos os são paulinos acham : FODA-SE A COPA !!!

Em primeiro lugar o SP . Com uma divida destas ficariamos decadas falidos . Seriamos ridicularizados por anos ....

Se fizerem o Piritubão , melhor ... jogamos la tbem ( uma vez que sera estadio publico) e alugamos o Morumbi para shows e faturamos ainda mais !!!

Se as galinhas podem , nos tambem podemos !!!

MARCIO FERNANDO ELEUTERIO DE SOUZA disse...

Assino em baixo. O Morumtri (esqueceram-se de que somos os únicos TRICAMPEÕES brasileiros) é uma realidade, ao contrario das outras praças que só tem maquete e tapumes cobrindo o que seria um estadio a ser demolido (aqui em Salvador. Vamos dar uma guaribada no Morumtri e usa-lo somente nas partidas da Libertadores. E, se construirem o Piritubão, o São Paulo deve entrar na disputa por arrendá-lo após a copa, e lá, disputar os campeonatos de menor expressão, hehehehe