É, meus caros tricolores... Tem gente que ficou insatisfeita com o futebol apresentado pelo São Paulo em sua estreia pela Libertadores. Mas aí é só lembrar de como foi com o Audax Italiano, em 2008, ou com o Independiente Medellín, em 2009, e o sorriso imediatamente volta ao rosto do torcedor. Foi uma grande apresentação, de encher os olhos? Não. Mas o time ganhou, e ganhou com certa facilidade, o que permitiu até os erros cometidos durante a partida.
Tudo está bem quando termina bem, e é o caso desta estreia: a responsabilidade era grande, diante do mistão do Monterrey, time que até criou alguma coisa e manteve posse de bola, sobretudo no primeiro tempo, mas, convenhamos, não chegou muito perto do gol do Rogério.
Ricardo Gomes começou o time com uma escalação de 3-5-2, mas no 4-4-2, com Rogério, Renato Silva, Xandão, Miranda e Jorge Wagner; Jean, Ricky, Hernanes e Cléber Santana; Marcelinho Paraíba e Washington. A equipe começou preenchendo os espaços, mas já mostrava sinais de fraqueza quando, aos 12 minutos, numa jogada bem trabalhada que começou com Hernanes, passou por Washington, voltou a Hernanes, foi a Marcelinho Paraíba, que passou no overlapping para Jorge Wagner, que cruzou para Washington dividir com o zagueiro, que acabou empurrando para o gol. Uma sequência de passes bastante qualificada, que deu a tranquilidade que o São Paulo não teve nas duas estreias anteriores.
Ainda assim, o 4-4-2 deixou o meio-campo perdido, e o Monterrey adiantou sua equipe, dificultando a recuperação da bola e seu domínio por parte da equipe são-paulina. Somente quando o time voltou ao 3-5-2 (sabe-se lá se por instrução do Ricardo Gomes ou por decisão interna do grupo) as coisas começaram a se assentar novamente.
Dali em diante, segundo tempo incluso, o São Paulo recuperou o domínio completo do jogo e levou-o em banho-maria -- atitude arriscada para o magro placar de 1x0. Ricardo Gomes foi corajoso e colocou o estreante Cicinho para jogar os 15 minutos finais. Como a sorte recompensa os bravos, logo que ocorreu a substituição (saiu Ricky), após escanteio batido por Hernanes, Jorge Wagner raspou de cabeça e Washington concluiu para o gol: 2x0 e a fatura estava liquidada.
Destaques do Tricolor: Hernanes jogou novamente muita bola e começa a dar pinta de que esta será a grande temporada dele. Xandão, cada vez mais titular. Renato Silva fez partida bastante segura e merece os louros. Jorge Wagner está numa sequência muito boa e, de novo, fez ótima atuação. E Washington fez o que esperamos dele: seja de canela, debaixo da trave ou com ajuda do zagueiro, queremos GOL!
Os apagados: Cléber Santana parece tímido e sumido no time. Marcelinho Paraíba pouco fez no primeiro tempo e nada fez no segundo, pregadaço. Ricky não acertava um passe.
A torcida: a massa tricolor entendeu que a estreia da temporada era agora e não me decepcionou: levou mais de 35 mil pagantes ao gigante Morumbi para empurrar a equipe. Se você acha pouco, foram 5 mil a mais que na estreia da Libertadores do ano passado, contrariando a noção de que, quanto mais participações seguidas no torneio, menor o público no jogo. Além disso, vai ver se no Pacaembu no dia 24 haverá 35 mil pagantes?
O conflito: em compensação, também veio das arquibancadas a coisa mais feia. Ecoando as cenas terríveis de preconceito que vemos em algumas torcidas europeias, uma "parte" da torcida Tricolor decidiu xingar um jogador ANTES do início do jogo. O jogador acabou sendo defendido em peso pelo resto da torcida, criando um antagonismo entre setores do estádio. A parte que primeiro xingou o jogador acabou xingando os próprios torcedores das arquibancadas azuis, em "retribuição" pelo "cala-boca". Criou um clima horroroso, num momento em que todos deveriam estar irmanados e apoiando o time. Se somos todos torcedores do São Paulo, deveríamos nos envolver na mesma bandeira e acompanhar, irmanados, nosso Tricolor. Atacar esse ou aquele jogador ou setor da torcida nunca levará a nada.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
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2 comentários:
Lamentável a postura da nossa torcida que se diz a "força tricolor". Antes de a bola rolar, gritaram o nome de QUASE todos os jogadores, e, não bastasse ignorar (antes tivesse ficado só nisso), xingaram o jogador e depois a própria torcida! Enquanto nós estávamos na expectativa da estréia, eles estavam mais preocupados em tumultuar o ambiente...Tá certo que o "Ricky" não jogou nada!!
Enfim, valeu pelo resultado, e por ver alguns dribles desconcertantes do Hernanes!!! Acho que esse ano vai...
Eduardo Teixeira
Acho que com uma escalação como esta: Rogério, Alex Silva, Miranda, Xandão, Cicinho e Jorge Wagner. Cleber Santana, Jean e Hernanes. Fernandinho e Dagoberto (ou Washington ou Fernandão) e teremos um timaço. No papel, porque não confio no Gomes. A coisa vai pegar por aí. Falta técnico. PS: já imaginou um Muricy com um time desses? Faria grandes coisas, pode apostar que faria.
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